Múcio diz que 'não tinha mais clima' para manter general Arruda no comando do Exército
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu exonerar o general Júlio César de Arruda do cargo no último sábado (21)
"Houve os acampamentos dos quartéis. Por mais que nos esforçássemos, aquela não era uma situação resolvida. Depois, veio o 8 de janeiro, que criou muito problema. Foi um ato de vândalo misturado com terrorismo com suspeita de incitação ao golpe. Precisamos saber quem são os culpados. Evidentemente, o Exército não estava por trás daquilo, mas precisa punir as pessoas das Forças que estavam envolvidas naquilo e saber quem ajudou a depredar", pontuou Múcio.
"O presidente quer investir nas Forças Armadas. Mas ele não perdoou nem vai perdoar a ocupação dos acampamentos em frente ao Exército. Ele quer a apuração absoluta", ressaltou Múcio.
Na sexta-feira (20), antes de ser exonerado, Júlio César participou de uma reunião com Lula, o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica.
A reunião, realizada no Planalto, foi a primeira após Lula defender a punição dos militares envolvidos nos ataques terroristas ocorridos no dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Júlio César assumiu interinamente o cargo em 30 de dezembro de 2022 e foi confirmado na posição em 6 de janeiro deste ano.
Antes de ser escolhido como comandante, ele era chefe do departamento de Engenharia e Construção. Júlio César é o mais antigo da tropa.
O novo comandante do Exército
O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, de 62 anos, é o novo comandante do Exército Brasileiro. Nascido em São Paulo, ele era Comandante Militar do Sudeste desde 2021.
Paiva ingressou no Exército em 1981, como Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria. Durante a vida militar, já foi comandante de companhia de fuzileiros no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, no Rio de Janeiro.
Em seu currículo também estão o comando do Batalhão da Guarda Presidencial, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), da Escola Preparatória de Cadetes do Exército e do Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília.
Ele ascendeu ao posto de General de Exército, o mais alto da carreira, em 31 de julho e 2019, integrando o Alto Comando.
Como general, ele também já foi responsável pela chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), no Rio de Janeiro.
Paiva ganhou destaque na última quarta-feira (18), por discurso concedido em cerimônia de homenagem aos oficias mortos do Haiti. O general ressaltou que o Exército é uma instituição apartidária e que os militares devem respeitar o resultado das urnas.
"Ser militar é ser profissional, respeitar a hierarquia e a disciplina. É ser coeso, íntegro, ter espírito de corpo e defender a pátria. É ser uma instituição de Estado, apolítica e apartidária. Não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”, disse o general.