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Fora do PL, Yury do Paredão quer partido de centro e aval de Camilo Santana antes de retomar mandato

Deputado diz que não conseguiu se ambientar com os colegas do PL: 'Estava em um partido de extrema-direita'

Escrito por Jéssica Welma, Luana Barros ,
Yury do Paredão, ao centro, com o presidente Lula e José Guimarães à esquerda e com Elmano e Camilo Santana à direita
Legenda: Yury do Paredão com o presidente Lula, José Guimarães, Elmano e Camilo Santana durante visita presidencial ao Cariri
Foto: Reprodução/ Twitter José Guimarães

Expulso do PL em julho deste ano, após posar para foto "fazendo o L" em apoio ao Governo Lula, o deputado federal Yury do Paredão (sem partido) quer definir nova filiação partidária neste mês de outubro, antes de retornar ao mandato no dia 29 de outubro, após licença de 120 dias. A decisão, segundo ele, terá de ter o aval dos petistas Camilo Santana (PT), ministro da Educação; Elmano de Freitas (PT), governador do Ceará; e José Guimarães (PT), líder do Governo Lula (PT) na Câmara de Deputados. 

"Seria uma grande falta de respeito da minha parte fazer uma transição partidária dessas sem ouvir o Camilo. Temos algumas conversas com alguns partidos, mas, na decisão final, irei ouvir Camilo para que ele possa me guiar, me direcionar para a melhor agremiação partidária", disse o deputado licenciado, durante evento nesta sexta-feira (29), no Palácio da Abolição, em Fortaleza.

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Yury afirma estar em diálogo com diversos partidos, principalmente com ideologia de centro. "Meu perfil é mais de centro, mais de diálogo. Eu estava em um partido que era de extrema-direita e não consegui me ambientar com os colegas", ressaltou.

O plano do parlamentar é ter uma decisão nos próximos 15 dias para que possa se entrosar no novo partido antes do retorno à Câmara. Atualmente, o mandato é ocupado pela vereadora de Fortaleza e suplente do PL, Priscila Costa, cuja atuação é de proximidade com o bolsonarismo.

Expulsão do PL

Yury do Paredão foi expulso do PL no dia 20 de julho, poucos dias após a abertura de um processo disciplinar. A decisão foi comunicada pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto com a justificativa de que o então correligionário "não comunga dos ideais da legenda".

O deputado virou notícia nacional ao ser flagrado em uma foto com aliados do presidente Lula fazendo um “L” com uma das mãos, um gesto usado pelos petistas para lembrar a campanha do presidente eleito no ano passado. 

Essa não foi a primeira vez que Yury do Paredão foi alvo de críticas por uma guinada ao lulismo. O deputado já havia sido citado, mais de uma vez, pelo líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), como um integrante da base aliada do governo federal. 

Em maio, durante a visita de Lula ao Ceará, Yury recepcionou o presidente na chegada a Juazeiro do Norte e esteve no palco do evento no Crato, ambas as cidades no Cariri. Na ocasião, bolsonaristas demonstraram indignação com a participação do parlamentar na visita. 

Yury do Paredão também votou favorável em projetos de lei do Governo Federal, como a MP dos Ministérios e a Reforma Tributária. No caso desta última, um grupo de troca de mensagens entre os parlamentares do PL foi tomado por troca de insultos e precisou ser trancado depois que alguns deputados — entre eles Yury do Paredão — votaram a favor da reforma.

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