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Flávio Dino rebate comentários sobre visita ao Complexo da Maré: 'ódio a pobres'

Nesta quarta-feira (15), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) questionou a ida do titular ao Complexo "com apenas dois carros e sem trocar tiros"

Escrito por Redação ,
Flávio Dino ao microfone em roda de conversa no complezo da maré
Legenda: Ministério compartilhou, na segunda-feira (13), imagens da visita do ministro ao Complexo da Maré
Foto: Tom Costa/Divulgação Ministério da Justiça

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) rebateu, nesta quinta-feira (16), a sugestão, do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de que possuiria envolvimento com o crime organizado do Rio de Janeiro. Nas redes sociais, Dino classificou as falas como "ódio a lugares onde moram os mais pobres" e disse não ter "medo de milicianinhos". 

Na quarta-feira (15), o parlamentar publicou uma mensagem onde relaciona o representante federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a supostas atividades ilegais realizadas no Complexo da Maré, bairro da Zona Norte da capital fluminense. 

"Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas dois carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Comissão de Segurança Pública [e Combate ao Crime Organizado] para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca", escreveu no Twitter.

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Na ocasião, Eduardo referia-se à visita de Dino à comunidade na segunda-feira (13), quando o ministro participou do lançamento do boletim “Direito à segurança pública na Maré”, publicação que a organização não governamental Redes da Maré realiza anualmente, desde 2016, e reúne a sistematização de dados sobre os impactos da violência armada no Complexo. 

Soube que representantes da extrema-direita reiteraram seu ódio a lugares onde moram os mais pobres. Essa gente sem decoro não vai me impedir de ouvir a voz de quem mais precisa do Estado. Não tenho medo de gritos de milicianos nem de milicianinhos", disse o ministro, em publicação no Twitter nesta quinta-feira. 

Além de sugerir a convocação de Dino e Lula para a comissão da Câmara dos Deputados, o segundo filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda questionou que assuntos foram tratados na visita. 

"O que ele foi discutir lá: desarmamento? Recadastramento? Assassinato de policiais? Apreensão de drogas? Ou agradecer o crime por não permitir propaganda de Bolsonaro nestas áreas durante as eleições?", disparou Eduardo na quarta-feira. 

No entanto, um dia antes, terça-feira (14), o próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública havia detalhado em conteúdo publicado online que assuntos foram tratados na visita do titular à Maré.

Deputado nega que fez acusação

Nesta quinta-feira, Eduardo negou que tenha realizado "acusações" contra Dino. Em nova publicação, o deputado federal defendeu que, na verdade, cobrou explicações, mesmo após sugerir, na quarta, qual "nível de envolvimento" do ministro e de Lula com o "crime organizado carioca". 

Não é normal um ministro que comanda polícias entrar assim em área dominada pelo crime", argumentou após repercussão.

Ele ainda reiterou que deve convocar o titular para a comissão.

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