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Equipe de transição de Lula em Brasília tem apenas 24,7% de membros negros

Levantamento do jornal Metrópoles constatou seis grupos técnicos compostos apenas por brancos

Escrito por Redação ,
Equipe de transição do governo eleito Lula
Legenda: Equipe de transição tem 303 membros, em sua maioria brancos
Foto: Agência Brasil

Os grupos técnicos da equipe de transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm apenas 24,7% de membros negros. A informação é de um levantamento do jornal Metrópoles

Dos 303 membros anunciados até o fim de novembro para o Gabinete da Transição, 75 são negros. São 31 grupos técnicos e em 6 deles (19,35%), não há nenhuma pessoa negra.

Aproximadamente 29% dos grupos, 9 entre 31, contam com um membro negro. E mais da metade, 16 equipes, conta com mais de um integrante negro.

O levantamento considerou pessoas pretas e pardas, com base na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Entre os grupos com apenas integrantes brancos, estão os de Economia, Infraestrutura, Previdência Social, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Comunicações e Planejamento, Orçamento de Gestão.

Durante a campanha presidencial, Lula prometeu que o seu governo terá a participação de homens e mulheres negras e de indígenas, mas não prometeu seguir um percentual de 50% nas suas indicações. Outra de suas propostas foi a criação do Ministério dos Povos Originários.

No gabinete da transição, há um grupo técnico de Igualdade Racial, composto por sete membros, todos negros. Os grupos de Cultura, Direitos Humanos, Educação, Meio Ambiente, Mulheres, entre outros, também são compostos por mais uma pessoa negra.

Já as equipes de Cidade, Comunicação Social, Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Social e Combate à Gome, Minas e Energia, Relações Exteriores, Trabalho, Saúde e Turismo têm apenas um membro preto ou pardo.

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Gabinete de transição

A equipe de transição é responsável por elaborar relatórios com diagnóstico da situação do governo atual, orientando os trabalhos iniciais do governo Lula. Os membros se dividem entre grupos técnicos e conselhos político e social. 

O processo de transição é previsto na Lei Federal 10.609/2002; tem início 2 dias úteis após o turno que decide as eleições presidenciais e termina 10 dias após a posse do eleito. Mais de 20 cearenses foram indicados para compor grupos técnicos, como o ex-governador e senador eleito Camilo Santana. 

No período, são criados 50 Cargos Especiais de Transição Governamental (CETG) que atuam remuneradamente. Apenas 18, no entanto, estão nomeados nesse contexto. Os demais integrantes dos grupos técnicos são convocados para atuar de forma voluntária. 

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