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Lula diz que Fazenda terá 'autonomia', mas quer ter 'inserção nas decisões'

O presidente eleito vem sendo pressionado para anunciar logo o nome do novo ministro da Fazenda

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
O presidente eleito Lula gesticula enquanto discursa
Legenda: O presidente eleito Lula deve anunciar ministros nesta sexta-feira (9)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (2), que o futuro ministro da Fazenda vai ser a "cara do sucesso do primeiro mandato" em que governou o País, entre 2003 e 2006, mas avisou que será dele a palavra final sobre as decisões da política econômica.

"O ministério tem autonomia, tem um monte de coisa, mas quem ganhou a eleição fui eu. Quero ter inserção nas decisões de economia neste País. Sei o que é bom para o povo, sei o que é bom para o mercado", disse.

Lula vem sendo cobrado para anunciar logo o nome do novo ministro da Fazenda em meio à negociação para aprovar a PEC da Transição, que prevê R$ 198 bilhões fora do teto de gastos. Questionado, não respondeu se o escolhido para o posto será o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) — até agora, o mais cotado.

Ao ser eleito, o presidente Jair Bolsonaro delegou a condução da economia ao ministro Paulo Guedes, a quem se referia como "Posto Ipiranga". Guedes precisou ceder, no entanto, quando as decisões envolviam assuntos de interesse do presidente ou sua busca à reeleição.

Apesar da pressão de setores da política e do mercado financeiro pela indicação de nomes para ocupar os ministérios, Lula disse que só começará a fazer as nomeações após a diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcada para o dia 12 deste mês.

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PEC da Transição

Sobre a PEC, o presidente eleito afirmou que espera "sensibilidade" do Congresso Nacional para a aprovação do texto. Ele defendeu ainda que não sejam incluídas nas negociações as emendas do orçamento secreto.

"O Brasil precisa dessa PEC. O atual governo é que deveria estar fazendo. Para mim, parece que ele [Bolsonaro] quer deixar esse País a zero para a gente governar. Espero que o Congresso, a Câmara e Senado, tenham sensibilidade para negociar", afirmou o petista.

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