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Empresas de ex-mulher de Bolsonaro podem estar ligadas a 'rachadinhas' do gabinete de Carlos, diz MP

Documentos apontam que Ana Cristina Siqueira Valle recebeu "grandes de dinheiro" quando trabalhava com Carlos Bolsonaro

Escrito por Redação ,
Montagem de Ana Cristina e Carlos Bolsonaro
Legenda: Ana Cristina foi chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro entre 2001 e 2008
Foto: Reprodução/TV Globo e Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) suspeita que sete empresas ligadas a Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro, possam ter sido usadas para ocultar dinheiro no suposto esquema de "rachadinha", investigado no gabinete de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

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Os empreendimentos tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrado nesta semana. Ana Cristina atuou como chefe de gabinete de Carlos entre 2001 e 2008, ano em que se separou do atual presidente da República. As informações foram confirmadas pelo MPRJ ao G1. 

Conforme Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), as empresas realizaram movimentações financeiras "atípicas" no período. Isso, segundo o órgão,  reforça "a hipótese de que [essas empresas] possam ter sido utilizadas para ocultação do desvio dos recursos públicos oriundos do esquema da rachadinha na Câmara de Vereadores". 

Quebra de sigilo 

O sigilo das empresas ligadas a Ana Cristina foi quebrado pela Justiça nessa última terça-feira (31), junto como o de Carlos Bolsonaro e outras 26 pessoas. 

Carlos é investigado por um suposto esquema de "rachadinha", oriundo da contratação de funcionários "fantasmas" em seu gabinete. 

O MP do Rio diz ter indícios de que vários assessores não cumpriam a jornada de trabalho obrigatória de 40 horas semanais instituída pela Câmara Municipal. 

Além disso, investigações apontam que o parlamentar utilizou grandes quantias em dinheiro vivo ao longo dos mandatos como vereador no Rio.

Atuação de Ana Cristina 

De acordo com o MPRJ, Ana Cristina Siqueira Valle, que tem participação de 90% na empresa Valle Ana Consultoria e Serviços de Seguros Ltda, é apontada como integrante de um dos núcleos do suposto esquema do gabinete de Carlos. 

Documento do Coaf diz que no período em que foi chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro, ela recebeu  "depósito de elevadas quantias de dinheiro em espécie em sua conta bancária".

Atualmente, segundo o G1, ela vive em uma mansão avaliada em R$ 3,2 milhões no Lago Sul, região nobre de Brasília, com o filho Jair Renan, o "04" de Bolsonaro. 

Ela pagaria um aluguel de R$ 8 mil, sendo que só ganha R$ 6,2 mil como assessora da deputada federal Celina Leão.

Defesa

Magnum Cardoso, advogado de Ana Cristina, afirmou que a defesa só irá se manifestar nos autos do processo, que, por sua vez, tramita em segredo de justiça.

Já outro advogado de Ana, Antonio Carlos Fonseca, disse em nota ao G1 que "eventuais esclarecimentos serão apresentados no momento oportuno". 

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