De acusação de machismo à prisão, CPI da Covid coleciona tumultos em cinco meses; veja
Nesta terça (21), após ataque à senadora Simone Tebet, o ex-ministro Wagner Rosário acabou se retirando da sessão, que foi encerrada
A sessão desta terça-feira (21) da CPI da Covid-19, no Senado Federal, foi interrompida após tumulto causado pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, que prestava depoimento à comissão.
Após chamar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) de "totalmente descontrolada", ele foi chamado de "machista" e "moleque de recados" pelos senadores. Com a confusão, o ministro da CGU acabou deixando a sessão - além de passar à condição de investigado.
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Em quase cinco meses de CPI, essa não foi a única vez em que bate bocas e confusões - envolvendo tanto senadores como depoentes - encerraram uma sessão na comissão.
Lembre outros casos de reuniões tumultuadas na CPI da Covid-19:
Wilson Witzel X Flávio Bolsonaro
Ainda em junho, o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, também foi marcado por embate. Ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro, Witzel afirmou que houve "intervenções" de órgãos federais no estado. A declaração foi rebatida por Flávio Bolsonaro e os dois acabaram em um bate boca.
O filho do presidente acabou se desentendendo com outros integrantes da comissão, como o relator Renan Calheiros (MDB-AL). Senadores acusaram Flávio de tentar intimidar Witzel. A sesão acabou sendo encerrada, após quatro horas de depoimentos, após Witzel pedir para se retirar.
Empurrão durante intervalo
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) trocaram empurrões durante sessão da CPI da Covid no dia 25 de junho. No dia, Luis Miranda e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, prestavam depoimento sobre suspeitas de irregularidades nas negociações para importação da vacina indiana Covaxin.
A sessão havia sido suspensa pouco antes, em meio a bate-boca entre governistas e opositores, envolvendo também os depoentes. No intervalo, Marcos do Val e Miranda conversavam quando trocaram empurrões até serem separados por alguns parlamentares.
Prisão na CPI
Antes do recesso, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, teve voz de prisão dada pelo presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz. Dias havia sido exonerado do cargo em junho após denúncia de que teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina da AstraZeneca em negociação.
Aziz afirmou que o depoente mentiu em diversos pontos de sua fala e por isso determinou que a Polícia Legislativa "recolhesse" o ex-diretor.
Depoimento de Ricardo Barros
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-RR) foi convidado a comparecer à CPI da Covid-19 no dia 12 de agosto, mas a sessão acabou suspensa após bate-boca.
Barros irritou os senadores ao afirmar que a comissão estaria afastando empresas produtoras de vacina do Brasil. A sessão foi suspensa duas vezes, antes de ser encerrada em definitivo. O convite também acabou sendo transformado em uma convocação.
Sessão com Fábio Wajngarten
Ainda no início dos trabalhos da CPI, em maio, o depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, foi conturbado. As sete horas de sessão tiveram diversos momentos de embate, como o bate-boca entre Flávio Bolsonaro e Renan Calheiros, que acabou fazendo a sessão ser suspensa.
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Além disso, senadores defenderam pedido de prisão contra o ex-secretário - o problema teria sido seguidas contradições e informações falsas dadas por Wajngarten durante o depoimento.