Após trocas de farpas, Capitão Wagner pode ir para partido de Heitor Freire de olho em 2022
Ele recebeu convites também de outras legendas e discute o assunto com aliados, mas eventual mudança não deve ser imediata
Após se colocar como pré-candidato ao Governo do Estado em 2022, as articulações do deputado federal Capitão Wagner (Pros) em busca da formação de um bloco de oposição para as eleições de 2022 podem incluir uma mudança de partido. Republicanos e PSL estão entre as legendas que fizeram convites ao parlamentar, que não descarta também a possibilidade de continuar no Pros.
Nos bastidores, eventual mudança tem sido discutida com aliados do deputado no Estado, mas, se confirmada, deve ocorrer apenas no ano que vem.
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Wagner, que exerce mandato na Câmara dos Deputados, só poderá mudar de partido durante a janela partidária - em março de 2022. Até lá, deve seguir discutindo com aliados e lideranças partidárias das quais, segundo ele, já partiram convites.
"Estamos esperando o momento oportuno da decisão. Podemos permanecer no Pros, podemos mudar de partido. A decisão não está fechada".
Nesta segunda-feira (31), o presidente estadual do PSL, deputado federal Heitor Freire, confirmou que o convite foi feito ao parlamentar do Pros após as eleições de 2020, respaldado pelo presidente nacional do ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, Luciano Bivar.
"Como sou membro do diretório nacional, coloquei a presidência estadual à disposição do Capitão Wagner. O PSL já é um grande partido a nível nacional, será agora o maior partido de oposição no Ceará”, disse Freire.
"O Capitão Wagner tem um grupo forte, muitos deputados federais e estaduais, então unindo as nossas forças, nós teremos mais condições de combater esse grupo que tem comandado o Ceará nos últimos anos”, completou.
Migração de aliados
O parlamentar do Pros ressaltou que a ida de aliados para o futuro partido é também um fator analisado para eventual mudança. "Se eu for, alguns parlamentares devem me acompanhar - deputados estaduais, deputados federais, prefeitos e vereadores. Então, temos que tomar cuidado com essa decisão", justificou.
Uma aliança entre Pros e PSL na disputa pela Prefeitura de Fortaleza no ano passado chegou a ser ventilada, mas não se concretizou. Heitor Freire foi candidato a prefeito e, no segundo turno, frustrando expectativa de Wagner, declarou "independência".
Os dois chegaram a trocar farpas também quando o arquiteto Leonardo Freire, irmão do deputado do PSL, foi nomeado secretário da gestão do prefeito Sarto Nogueira (PDT). "O cara que se diz contra a esquerda, contra o PT, o PDT, o PCdoB, simplesmente pegou a fatia do bolo”, criticou Wagner, no início do ano.
Freire disse, à época, que as críticas vinham de um“pequeno grupo que adora criar factoides” e argumentou que seguia "fazendo oposição“,
O parlamentar do Pros lançou pré-candidatura ao Governo do Estado, durante evento em Acopiara no último sábado (29). Um dos líderes oposicionistas no Ceará, ele falou que está "à disposição" para concorrer ao cargo em 2022.