Anvisa decide no domingo sobre liberação de vacinas da Fiocruz e Butantan contra a Covid
A reunião ocorrerá um dia antes do prazo final para encerrar a análise das duas instituições
Responsável pela aprovação das vacinas no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) marcou para domingo (17) uma reunião dos diretores da agência para decidir sobre a autorização de uso emergencial dos imunizantes contra a Covid-19.
A data corresponde ao último dia do prazo definido pela agência para analisar pedidos de uso emergencial de vacinas. "Para tanto, faz-se necessária a entrega, em tempo hábil para análise, dos documentos faltantes e complementares", informa em nota.
Segundo a Anvisa, no encontro, diretores devem analisar os dados de relatório que deve ser submetido pela área técnica sobre os dois pedidos.
Ainda de acordo com a agência, a necessidade de reunião entre os diretores ocorre por se tratar de uso emergencial e em caráter excepcional - no caso de pedidos de registro, a decisão cabe apenas à área técnica.
Atualmente, a agência analisa dois pedidos para esse aval. O primeiro foi feito pelo Instituto Butantan, que mantém uma parceria com a empresa chinesa Sinovac, e que vale para uso de 6 milhões de doses da vacina Coronavac que foram importadas da China.
Já o segundo pedido foi feito pela Fiocruz, que mantém uma parceria com a farmacêutica AstraZeneca e Universidade de Oxford. A fundação pede autorização para uso de 2 milhões de doses que devem ser importadas da Índia.
O Instituto Butantan e a Fiocruz enviaram os primeiros pedidos para uso emergencial da vacina na última sexta-feira (8). No sábado (9), a Anvisa afirmou que a Fiocruz enviou todos os documentos para análise e cobrou mais dados do Butantan, que afirma enviar os dados ainda nesta semana.
Dados de um painel criado pela agência para monitoramento apontam que cerca de 32% dos documentos enviados pela Fiocruz já foram analisados. Outros 53% estão em análise e 15% estão pendentes de complementação.
Já o Butantan teve 41% dos documentos enviados com análise já concluída. Outros 16% estão em análise, 38% enquanto 38% ainda precisam de alguma complementação nos dados. O restante ainda precisa ser enviado pelo instituto, aponta a agência.
Impasse
Nos últimos meses, a vacina tem estado no centro de uma guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador paulista, João Doria (PSDB), que são adversários para as eleições de 2022.