A valorização do artesanato

Escrito por
Stella Pavan producaodiario@svm.com.br
Stella Pavan é empresária
Legenda: Stella Pavan é empresária

Em um mundo cada vez mais industrializado, o artesanato resiste como expressão autêntica da cultura, criatividade e da história de um povo. Mais do que uma simples atividade manual, ele se consolida como uma poderosa fonte de renda para milhares de pessoas, especialmente em comunidades que muitas vezes se encontram à margem das grandes economias. Ao mesmo tempo, o artesanato é um símbolo vivo da identidade cultural de um povo, sendo uma forma legítima de preservar tradições e saberes ancestrais. 

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o artesanato movimenta cerca de R$ 100 bilhões por ano no Brasil, o que representa aproximadamente 3% do PIB nacional. Esse valor reflete o impacto econômico direto de uma atividade que contribui diretamente para a economia de 67% dos municípios e é fonte de renda para cerca de 8,5 milhões de pessoas, majoritariamente mulheres, com 77% do total, como indica o dado do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. 

Esses artesãos conseguem transformar matéria-prima como: madeira, barro, tecido ou palha, em peças únicas, de grande valor simbólico e comercial. Feiras locais, turismo cultural e plataformas digitais ampliam cada vez mais o alcance dessas criações, conectando o pequeno produtor a mercados nacionais e internacionais. A exemplo está o Festival Fenacce, uma grande vitrine cultural que reúne em Fortaleza artesãos de todos os 27 estados brasileiros e é reconhecido como um dos principais eventos do país no segmento por valorizar saberes tradicionais, incentivar a economia criativa e promover práticas sustentáveis com impacto social. 

Cada peça artesanal carrega consigo uma história, um modo de vida, uma herança cultural. Ao comprar um produto feito à mão, o consumidor leva consigo um fragmento da identidade do artesão e da sua visão de mundo. Dessa forma, apoiar o artesanato é também um ato de resistência contra a homogeneização cultural imposta pela produção em massa. 

Em tempos em que tanto se fala em desenvolvimento sustentável, o artesanato vem como uma alternativa viável, humana e enraizada na cultura. Cabe a nós valorizar esse saber que transforma mãos em memória, em renda e em futuro. 

Stella Pavan é empresária

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