Solidão é um problema global, afirma OMS
Uma em cada seis pessoas no mundo é afetada pela solidão. Esses são os dados do Relatório da Comissão sobre Conexão Social da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2025. Além disso, a solidão está associada a cerca de 100 mortes a cada hora - mais de 871 mil mortes todos os anos – diz a pesquisa. Esse tema merece atenção, sobretudo, neste contexto de final de ano, onde as emoções encontram-se afloradas e as pessoas ficam mais reflexivas.
A conexão social e o suporte de redes afetivas são reconhecidos pela OMS como fatores protetores contra diversas condições de saúde, incluindo doenças cardíacas, depressão e outros transtornos mentais. A solidão, por outro lado, é vista como um fator de risco para a saúde, sendo associada a uma série de efeitos negativos, como aumento da mortalidade e maior risco de doenças crônicas.
A solidão social é, portanto, um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI. Em um mundo cada vez mais digitalizado, onde interações superficiais são comuns, a verdadeira conexão humana está se tornando mais rara, o que resulta em um aumento da ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. Observamos que pessoas que têm redes de apoio social fortes experimentam menos estresse e têm uma maior capacidade de lidar com adversidades. Afirmamos, então, que o fortalecimento das relações sociais e a promoção de ambientes que incentivem a interação genuína podem ser medidas eficazes para melhorar a saúde mental globalmente.
A solidão e o isolamento social estão diretamente ligados a uma maior vulnerabilidade à depressão e ansiedade, além de contribuírem para um envelhecimento mais rápido e uma maior propensão a doenças cardiovasculares. Em um mundo cada vez mais individualista e tecnologicamente isolado, é crucial que nos esforcemos para fortalecer nossos laços sociais, tanto para melhorar a saúde mental das gerações atuais quanto para garantir um futuro mais saudável para todos.
Antonio Netto é professor