Vacina da Pfizer contra a Covid-19 chega ao Brasil nesta quinta-feira; saiba tudo sobre o imunizante

A vacina possui a maior eficácia entre os imunizantes, atingindo uma taxa de 95% após aplicação de duas doses com intervalo de 21 dias

Escrito por Redação ,
Vacina da Pfizer/BioNTech
Legenda: O Ministério da Saúde já adquiriu 100 milhões de doses do imunizante Pfizer/BioNTech. O primeiro lote chega nesta quinta-feira (29).
Foto: AFP

A vacina contra a Covid-19, produzida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech, chega ao Brasil nesta quinta-feira (29) no aeroporto Viracopos, em Campinas. O lote advindo da Bélgica conta com 1 milhão de imunizantes, e é a primeira entrega do contrato de 100 milhões de doses realizado pelo Ministério da Saúde (MS) em março deste ano. As informações são do G1.

O Ministério da Saúde (MS) orienta que, por enquanto, a vacina Pfizer/BioNTech seja distribuída somente entre as capitais brasileiras, visando seguir as condições de armazenamento do imunizante a baixas temperaturas. Segundo o MS, os imunizantes serão entregues aos estados condicionados entre -25ºC e -15ºC, podendo permanecer nesta temperatura durante 14 dias.

O MS informa ainda que os lotes serão distribuídos separadamente aos estados. As primeiras 500 mil doses serão encaminhadas pouco tempo depois da sua chegada no país. Já a outra metade será entregue após uma semana da primeira. A previsão do órgão é que 15,5 milhões de vacinas cheguem ao Brasil até junho e outras 84,5 milhões entre julho e setembro.

O Diário do Nordeste conversou com o imunologista e professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edson Teixeira, para sanar algumas dúvidas sobre o processo de vacinação com a Pfizer/BioNTech.

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O imunologista destaca que a vacina foi produzida de maneira muito rápida. Além disso, “ela é aprovada de forma completa no Bahrein, no Brasil, na Nova Zelândia, na Arábia Saudita, na Suíça e em muitos outros países. Recomendada pela OMS para uso emergencial, ela tem tido excelentes resultados, como, por exemplo, os dados que nós temos lá de Israel”.

Apesar da vacina Pfizer/BioNTech ter ótimas respostas imunológicas no organismo, Edson Teixeira ressalta que ela está chegando ao Brasil ainda em quantidades muito pequenas.

É fundamental que se compre mais vacinas, que se estabeleçam contratos com entregas mais rápidas - depois de termos a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que é muito importante sobretudo para a segurança da nossa população”
Edson Teixeira
Imunologista e professor da UFC

De que modo a vacina da Pfizer/BioNTech foi realizada? Como ocorre o seu funcionamento?

“Por ser uma vacina de tecnologia mais recente, ela usa um ácido nucleico - RNA mensageiro - que leva a informação para formar a proteína da Sars-Cov-2 já dentro do organismo. Depois da produção dessa proteína do vírus, o nosso organismo passa a produzir anticorpos e células específicas para essa proteína igual a outras vacinas. A forma de estimular a resposta imunológica [da Pfizer/BioNTech] é diferente da Coronavac/Instituto Butantan - que usa vírus inativos - e da Oxford/Astrazeneca - que usa vetores virais não replicantes”, explica o professor Edson Teixeira.

Qual a eficácia da vacina Pfizer/BioNTech?

De acordo com informações divulgadas pelo CEO da Pfizer, Albert Bourla, em entrevista à revista francesa Les Echos, a eficácia da vacina após a utilização de duas doses é de 95% nos primeiros meses pós-aplicação e, com o decorrer do tempo, ela tende a diminuir gradualmente - apesar de ainda permanecer bastante elevada.

Atualmente, a vacina da Pfizer/BioNTech é a que atinge maior taxa de eficácia, seguida pela Moderna, com 94,1%. Ambas são produzidas por meio do RNA mensageiro, uma tecnologia inovadora nesta área até então.

Quantas doses têm a vacina da Pfizer/BioNTech?

A vacina vem sendo utilizada em duas doses, com um intervalo de aplicação de 21 dias entre elas. No entanto, a farmacêutica Pfizer tem estudado a aplicação de uma terceira dose para reforçar a imunização, principalmente em relação às variantes do vírus em circulação.

"Uma hipótese provável é que seja necessária uma terceira dose, entre seis e 12 meses e, a partir daí, será necessário se vacinar todos os anos, mas tudo isso tem de ser ainda confirmado", pontua o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, em declarações divulgadas pela CNBC.

A vacina da Pfizer/BioNTech é segura? Ela apresenta alguma contraindicação?

De acordo com o imunologista e professor da UFC Edson Teixeira, a vacina é extremamente segura, assim como as outras vacinas. “Não há nenhuma recomendação específica nem contraindicação, são aqueles mesmos cuidados para as pessoas que têm alguma alergia à composição, mas é realmente uma vacina muito segura”.

Por que a vacina da Pfizer/BioNTech tem que ser armazenada em temperaturas tão baixas?

O docente do Departamento de Patologia e Medicina Legal da UFC, Edson Teixeira, explica que a vacina, por utilizar o ácido nucleico RNA mensageiro, apresenta uma molécula muito termolábil - substância que apresenta sensibilidade a temperaturas elevadas. “Então para não perder a capacidade de se estimular o sistema imune, a vacina tem essa particularidade, que é a necessidade de mantê-la em temperaturas menores”. 

“Nós temos condição de fazer isso, sobretudo nas capitais, nós vamos receber agora uma quantidade ainda pequena, mas vai ser uma quantidade que será importante para testar essa nossa logística. Então ela tem que se manter entre -15°C e -25°C”, continua.

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