Vacina da Pfizer deve chegar ao Brasil ainda em abril, anuncia ministro

Com a mudança, o laboratório deve fornecer ao Brasil 15,5 milhões de doses até junho

Escrito por Diário do Nordeste e Natália Cancian, Daniel Carvalho, Renato Machado e Danielle Brant/Folhapress ,
Ampolas da Pfizer Biontech com vacina contra a Covid-19
Legenda: O laboratório deve fornecer ao Brasil 15,5 milhões de doses até junho
Foto: Shutterstock

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta quarta-feira (14), que o Governo Federal conseguiu antecipar 2 milhões de doses da vacina da farmacêutica Pfizer contra a Covid-19. A previsão é que metade desse número já chegue ao País ainda neste mês. 

O anúncio foi feito pelo ministro após a segunda reunião do comitê nacional de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Queiroga falou ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e ao lado do deputado Luizinho (PP-RJ), representando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Agora, o laboratório deve fornecer ao Brasil 15,5 milhões de doses até junho. Em 8 de março, após reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o CEO mundial da Pfizer, Albert Bourla, o Governo havia anunciado 14 milhões de doses até o último mês do primeiro semestre, mas o cronograma foi recalibrado, ainda no mês passado, para 13,5 milhões de doses. 

Ao anunciar a antecipação, Queiroga, porém, não informou a quantidade específica por mês. A constante revisão de cronogramas e a dificuldade em obter mais doses de vacinas contra a Covid têm levado municípios de diferentes regiões a suspender temporariamente campanhas de vacinação.

Compra de insumos

Ainda segundo o ministro, o governo deve fazer um pregão internacional para adquirir medicamentos que fazem parte do chamado kit de intubação, usado na assistência a pacientes graves em UTIs e alvo de baixos estoques em várias regiões. Ele não deu detalhes da medida.

Queiroga disse ainda que o abastecimento de oxigênio "tem sido uma preocupação diária" e que há previsão de chegada, do Canadá, de 18 caminhões-tanque usados para transporte desse insumo, medida que já havia sido anunciada.

Consórcio de imunizantes

Representando a Câmara, o deputado Dr. Luizinho criticou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o consórcio Covax Facility, que, segundo ele, não está priorizando o Brasil no envio de imunizantes.

"A Organização Mundial de Saúde privilegiou países que não têm a pandemia e a circulação viral que o Brasil tem. A Organização Mundial de Saúde destinou doses em volume para a África e para o Sudeste Asiático, para os países que não estão acometidos como o Brasil."

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Em resposta, Queiroga minimizou as críticas e disse que o governo está mantendo um diálogo "muito produtivo" com a OMS para que seja cumprido o que foi acordado.

O envio de doses que estavam previstas ao Brasil pelo consórcio, no entanto, tem sido alvo de atrasos devido a problemas técnicos na produção de doses da AstraZeneca em fábrica na Coreia do Sul. A previsão atual é que cerca de 8 milhões de doses sejam entregues até o fim de maio.

Carteira virtual de vacinação

O deputado Dr. Luizinho ainda afirmou que deve ser votado na próxima semana um projeto que cria a carteira de vacinação online, um aplicativo que permitirá gerenciar as doses de imunizantes enviados e aplicados no país.

"[É] para que a gente acabe com esse delay, essa discussão de número de doses enviadas aos estados e municípios e o número de doses efetivamente aplicadas", afirmou. Segundo ele, o descompasso de informação ronda os 15 dias.

"Nós já enfrentamos isso em outros momentos e estamos enfrentando isso, o que dá à população uma insegurança de número de doses que está sendo efetivamente aplicada", afirmou.

Com o aplicativo, afirmou, será possível corrigir a distorção de dados. "Parece que estados e municípios não estão aplicando doses de vacinas quando estão."

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