Positividade dos casos de Covid-19 em UPAs cai no Ceará, mas redução no Interior é mais lenta
Unidades são a principal porta de entrada de casos moderados e graves na rede pública de saúde
Os casos de Covid-19 continuam recuando no Ceará após o pico da segunda onda, no mês de abril. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), principal porta de entrada de casos moderados e graves, a positividade de testes caiu 11 pontos percentuais entre maio e junho.
Em maio, 45,6% dos diagnósticos se confirmavam. Em junho, o percentual caiu para 34,2%. Até o dia 14 de julho, houve nova redução para 24%, embora os dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), sejam preliminares.
Em Fortaleza, a queda foi mais acentuada: passou de 31,6% para 18%, entre maio e junho. Já no Interior, apesar de também haver diminuição, o valor segue acima da média estadual: passou de 52,5% para 42,6%.
Em julho, até o momento, a positividade das duas regiões está em 10,7% e 34,1%, respectivamente.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Dr. Cabeto, a queda de confirmações também é acompanhada pela menor gravidade dos casos. Ele explica que isso pode ser reflexo da vacinação contra a doença ou a ação de outros vírus respiratórios em circulação, sem ser o Sars-Cov-2.
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Na tarde do último sábado, das 29 UPAs monitoradas pelo IntegraSUS em todo o Estado, 16 não tinham pacientes Covid-19. As outras 13 somavam, juntas, 19 pacientes - apenas 0,03% de ocupação dos 589 leitos disponíveis nessas unidades.
O indicador da positividade é importante para monitorar os pontos de assistência, mas o número absoluto de casos caiu ainda mais expressivamente:
A epidemiologista, pesquisadora e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Thereza Magalhães, recomenda que a assistência especializada seja buscada desde os primeiros sintomas, já que o agravamento do caso pode ocorrer até a segunda semana.
“Mas algo que até hoje é desafiante é quando o paciente já está no hospital e sua respiração vai piorando. Muitos acreditam que irão morrer e isso aumenta sua ansiedade e piora ainda mais sua oxigenação”, lembra a especialista.
Ela destaca a importância de o paciente e a família serem bem orientados quanto à doença e ao tratamento. “Não deitar em cima dos pulmões e beber muito líquido é uma orientação fácil de ser seguida e que ajuda muito”, afirma.