'Pensei que fosse uma bomba, a casa tremeu': veja relatos de moradores que tiveram imóveis afetados
Por volta das 10h40 deste sábado (24), uma forte explosão atingiu uma unidade da fabricante de oxigênio hospitalar White Martins, na Avenida Francisco Sá
A manhã do dia 24 de abril de 2021 vai ficar marcada por algum tempo na memória dos moradores dos bairros Carlito Pamplona e Jacarecanga, em Fortaleza. Era por volta das 10h40 quando uma forte explosão atingiu uma unidade da fabricante de oxigênio hospitalar White Martins, na Avenida Francisco Sá.
O "estrondo" foi ouvido em um raio de vários quilômetros. O Diário do Nordeste esteve no local e conversou com pessoas que tiveram suas casas atingidas. Além dos danos materiais, elas relatam os momentos "de tensão".
Foi um susto muito grande, não sabia o que estava acontecendo.
O relato da dona de casa Eloísa Feitosa da Silva traduz o instante após a explosão. Ela conta que estava deitada no momento do acidente e diz que por pouco não se feriu.
“Os vidros da porta da cozinha papocaram. Voou estilhaço para todo lado, um deles parou perto da minha cama. Sorte que não tinha ninguém na cozinha, senão o pior teria acontecido”, diz a moradora da rua Clemente Santos, no bairro Jacarecanga.
A casa dela fica a um quarteirão do local da explosão. Além da porta, vidros de janelas e armários também foram destruídos. “O impacto foi muito grande. Algo que nunca vi antes. Tenho pressão alta, tomei remédio para me acalmar. Foi horrível”, finaliza.
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A empregada doméstica Maria Ribeiro de Lima também mora na rua Clemente Santos. Os danos em sua casa foram semelhantes ao de tantos outros moradores do entorno: vidros quebrados e portas danificadas.
Segurando os estilhaços dos vidros em suas mãos, ela rememora o momento da explosão. “Foi um estrondo muito forte. Pensei que o mundo tivesse acabando. Quebrou vidro, quebrou as telhas da casa, foi um estrago”. Na hora do acidente, seu filho, que costuma ficar na sala onde as telhas caíram, estava dormindo".
Foi um livramento. Graças a Deus.
Teto veio ao chão
"O chão tremeu. Parecia uma bomba. O vento entrou pela porta e ficamos atordoados". O forte relato é do motorista José Claudio Nogueira que há 45 anos mora na rua Monsenhor Dantas, atrás da empresa White Martins.
A casa dele foi uma das mais atingidas pela explosão. O teto da sala e parte do teto do quarto desabaram. "Por pouco não acontece uma tragédia", diz ele. Segundo Cláudio, sua mãe, uma idosa de 76 anos, estava assistindo televisão na sala em que o teto desabou.
O teto só não caiu justamente na parte em que estava minha mãe. Foi um milagre.
A esposa de Cláudio, a funcionária pública Adriana Roberto da Silva, estava na cozinha no momento da explosão. "O chão tremeu" relembra. Além do teto desabar, eletrodomésticos foram destruídos e algumas paredes ficaram com fissuras.
"A Defesa Civil veio aqui e disse apenas que devíamos chamar um pedreiro para fazer a barração da parede. Eles disseram que se a gente ouvir algum estalo devemos evacuar a casa", contou Adriana.
A orientação, na avaliação do casal, foi insuficiente. "Quem garante que vamos ter tempo de sair de casa? Quem garante que ela não vai desabar sobre nós?", questiona Cláudio, que ainda se mostra assustado com o incidente.
"Foi horrível. Ficamos todos sem saber o que fazer e sem saber o que tinha acontecido", acrescenta Claúdio. Na rua em que eles moram, outras casas também sofreram forte impacto. "A nossa não foi a única. Várias casas ficaram com rachadura, outras tiveram vidros e portas quebradas", garante Adriana.
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Além dos fortes relatos colhidos no local próximo ao incidente, imagens enviadas ao Diário do Nordeste retratam a gravidade do acidente. Vídeos e fotos mostram pessoas fugindo do local após a explosão e extensa fumaça que se formou logo após a explosão.
Feridos
A explosão deixou cinco pessoas feridas - ainda não se sabe se elas trabalhavam dentro da fábrica. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), as cinco vítimas receberam atendimento médico no local, e três delas foram encaminhadas ao hospital.
"Os pacientes, de 19, 43 e 45 anos de idade, seguem estáveis, em avaliação clínica, acompanhados pelas equipes multiprofissionais do hospital e realizando exames de imagem", comunicou o Instituto Dr. José Frota (IJF), unidade para onde as vítimas foram encaminhadas.