Incêndio no Parque do Cocó foi criminoso, confirma Corpo de Bombeiros

Guarnições do Corpo de Bombeiros conseguiram identificar, ainda na noite de ontem, as delimitações dos 12 focos de incêndio. Causas do crime ainda serão investigadas

Escrito por Melquíades Júnior , melquiades.junior@svm.com.br
Bombeiros
Legenda: O sentido do vento na noite de ontem e a forma como as chamas seguiram pela mata, permitiram que os 12 pontos de origem do fogo ficassem bem delimitados ainda na noite de ontem. No momento mais crítico, a linha de fogo atingiu 872 metros de extensão.
Foto: Divulgação / Corpo de Bombeiros

Foram intencionais os 12 focos de incêndio iniciados na noite de quarta-feira no Parque do Cocó, em Fortaleza. A informação foi confirmada pelo Tenente Loreto, do Corpo de Bombeiros. “Com certeza foi criminoso, foi intencional”, garante o tenente.

O sentido do vento na noite de ontem e a forma como as chamas seguiram pela mata permitiram que os 12 pontos de origem do fogo ficassem bem delimitados. No momento mais crítico, a linha de fogo atingiu 872 metros de extensão.

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Legenda: Até as 17h desta quarta-feira, foram despejados 64 mil litro de água, por meio do “Bambi Bucket”, bolsa preenchida com água do rio Cocó e arremessada sobre as chamas.
Foto: Fabiane de Paula

“Ontem à noite já estava muito nítido. Conseguíamos ver as 12 origens dos focos. E o incêndio foi contra o vento. Quando é contra o vento a queima é lenta, demora a desenvolver. Foi o que ocorreu. Devido a essa queima lenta, de retrocesso (pois o fogo luta para continuar), ele deixa bem claros os pontos de origem, pois o fogo não avançou para o lado de onde começou”, descreve Loreto, acrescentando não haver dúvidas de que o incêndio foi intencional.

"Ainda é importante esclarecer que não foi apenas um incêndio, eram 12 diferentes focos, daí o esforço conjunto ainda maior no combate".

Ao contrário do que foi anunciado até em meios oficiais do Governo do Estado, não foram 20 hectares de terras atingidos pelo fogo. Mas os incêndios ocorreram dentro de um polígono de 20 hectares, um espaço que, portanto, não foi totalmente atingido pelo fogo.

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Apesar da confirmação de intencionalidade, as causas do crime ainda serão investigadas pela Delegacia de Crimes Ambientais, conforme anunciou Arthur Bruno, titular da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) na tarde desta quinta-feira. De acordo com o tenente, uma das principais evidências foi observar o avanço da linha de fogo. “Percebíamos de forma bem alinhada que tinha os 12 focos nas proximidades do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), na altura do fotossensor da Raul Barbosa, até as proximidades do viaduto dessa avenida”.

Água despejada

Mais de 40 bombeiros de diferentes guarnições trabalharam no combate dos focos de incêndio. Era por volta de 14h quando as chamas haviam sido debeladas.

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Legenda: Mais de 40 bombeiros de diferentes guarnições trabalharam no combate dos focos de incêndio
Foto: Corpo de Bombeiros

No entanto, era necessário fazer o resfriamento de toda a área, para evitar que troncos das árvores caídas, ainda muito aquecidas, tornassem as chamas. Até as 17h desta quarta-feira, foram despejados 64 mil litro de água, por meio do “Bambi Bucket”, bolsa preenchida com água do rio Cocó e arremessada sobre as chamas.

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