Em 2020, Fortaleza registra o menor número de mortes por acidentes de trânsito desde 2004
Balanço aponta que 193 pessoas morreram por acidentes na capital; motociclistas são mais de 50%
Fortaleza registrou, em 2020, o menor número de vítimas por acidentes de trânsito desde 2004, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Foram 193 vítimas, 2,5% a menos que em 2019 - ano que registrou 198 mortes no tráfego.
O índice de mortos por 100 mil habitantes foi de 7,2 na capital. O indicador, um dos principais da Organização Municipal da Saúde (OMS) também é o menor de série histórica e está em queda desde 2014. Em comparação com 2011, a redução é de 53,2%.
Conforme a AMC, condutores ou passageiros de motociclistas representam 51,8% das vítimas. Ou seja, 100 das 198 vítimas do período são motociclistas.
Em seguida estão pedestres, que são 32,1% dos mortos. Os ciclistas 8,3% são das vítimas. Já s condutores e passageiros de carro, 7,8%.
Os usuários de veículos motorizados - carros e motos - representaram 60% dos óbitos de 2020.
Mesmo com a queda nos índices gerais, o número de vítimas dos motorizados cresceu entre 2019 e 2020. As mortes entre pedestre e ciclistas, em contrapartida, caíram.
Em 2020, a capital registrou redução também no número de acidentes, principalmente durante o período de isolamento social - medida de prevenção à Covid-19. Entre janeiro e novembro do ano passado, ocorreram 43,6% menos acidentes que no mesmo período de 2019.
Vítimas por acidentes de trânsito | 2019 | 2020 |
Ocupantes de carros | 9 | 15 |
Ocupantes de motocicletas | 87 | 100 |
Ciclistas | 21 | 16 |
Pedestres | 80 | 62 |
Perfil
O balanço também aponta que as vítimas do trânsito de Fortaleza são, em geral, homens. Eles representam 87,6%, contra 12,4% de mulheres.
Em relação à idade, a maior parte das vítimas tem entre 30 e 59 anos, 48,7% do total. Os jovens, de 18 a 29 anos, são 25,9% dos mortos em acidentes. E 20,2% das vítimas tinham mais de 60 anos. Por fim, 5,2% dos mortos tinham até 17 anos.
Segundo Juliana Sena, superintendente da AMC, os motociclistas são a maioria entre as vítimas nos últimos seis anos. "Eles têm de 20 a 30 anos, uma idade altamente produtiva. E principalmente os motociclistas de aplicativo, que percorrem uma quilometragem muito grande e se expõem mais ao trânsito", ressalta.
Queda em 2021
A AMC também já registra queda nos óbitos por acidentes em 2021. O número de mortes por acidentes de trânsito ocorridos em fevereiro, em Fortaleza, caiu 50% em comparação com janeiro.
De acordo com a autarquia, vinte pessoas morreram no trânsito da capital em janeiro destr ano - o que ela considera um número elevado. Já em fevereiro, foram dez vítimas - cinco pedestres, quatro motociclistas e um ciclista.
Juliana Sena afirma que a queda se dá devido a ações desenvolvidas pela AMC para diminuir o número de acidentes, como controle de fiscalização, revitalização da sinalização nos bairros com os piores índices e orientação para obediência.
De acordo com a superintendente, a AMC está intensificando as fiscalizações no período em que vigora o lockdown, para reduzir ainda mais o número de acidentes
A circulação de veículos na capital está restrita para serviços essenciais e situações excepcionais. Mesmo assim, colisões ainda ocorrem. "Com a baixa circulalção de veículos, aqueles que ainda trafegam, se sentem convidados a exceder a velocidade", aponta Sena,
A redução de acidentes é importante para diminuir a procura de atendimento em hospitais, já impactos devido à Covid-19.