Em 1 mês, mais de 60 comércios de Fortaleza foram autuados por não exigirem passaporte de vacinação

Comprovante também é a única forma de acessar eventos de Natal e réveillon no Ceará, como alerta a Vigilância Sanitária do Estado

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Segurança cobra passaporte de vacinação a homem na porta de um restaurante de Fortaleza
Legenda: Cobrança do passaporte de vacinação junto a um documento de identificação é obrigatória em Fortaleza e no Ceará
Foto: Fabiane de Paula

Tomar a vacina contra a Covid já se mostrou, pela ciência e pelos dados de saúde, uma das principais formas de caminhar para o fim da pandemia no Ceará. Apesar disso, a exigência do passaporte de imunização tem sido descumprida em Fortaleza: em 1 mês, 63 estabelecimentos foram autuados e 5 interditados pelo desrespeito.

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Os dados são da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), e abrangem os resultados de 510 abordagens feitas entre 22 de novembro e esta quarta-feira (22). Comprovar a imunização é obrigatório para entrada em restaurantes, bares, barracas de praia e eventos .

Em Fortaleza, a exigência é necessária desde 13 de novembro, regida pelo decreto municipal nº 15.178. Para os demais municípios, a apresentação do “Passaporte da Vacina” é obrigatória desde o dia 15 do mês passado.

“Caso seja constatada qualquer infração em relação às medidas de enfrentamento à Covid-19, o responsável pelo estabelecimento ou evento poderá ser autuado e ter suas atividades suspensas por até 7 dias”, pontua a Agefis.

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“Exame não será aceito em hipótese alguma”

Um das maiores preocupações de autoridades de saúde é o cenário que pode se desenhar a partir das festas de Natal e Réveillon, já que circulam no Estado, além da Covid, outros vírus respiratórios graves, como a influenza A H3N2.

Dolores Fernandes, coordenadora da Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), é categórica ao afirmar que somente será permitida em eventos a entrada de quem possuir passaporte vacinal com pelo menos duas doses aplicadas.

Em hipótese alguma será aceito exame negativo, seja teste de antígeno ou RT-PCR, para acessar eventos. Os organizadores precisam garantir que só seja permitido o acesso com o passaporte de vacinação.
Dolores Fernandes
Coord. da Vigilância Sanitária do Ceará

Em entrevista ao Diário do Nordeste, a coordenadora do órgão destaca que a cobrança correta do comprovante, bem como a observância da lotação máxima dos eventos e o uso de máscaras, serão os principais focos das abordagens nas festas de fim de ano.

“A principal questão para os organizadores de eventos é o uso da máscara. ‘Mas é possível garantir?’ É possível, viável e factível. Mesmo com as 2 doses da vacina, pode haver transmissão. A pandemia não acabou. Não há projeção de liberação do uso de máscara no Ceará”, sentencia Dolores.

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Em média, 20 agentes do órgão da Sesa atuam em todas as regiões do Estado, em conjunto com as vigilâncias municipais e com órgãos de segurança, como Guardas Municipais, Bombeiros e Polícia Militar.

O apoio é indispensável porque, mesmo após quase 2 anos de pandemia, muitas pessoas ainda se recusam a cumprir protocolos sanitários básicos – e chegam a hostilizar os fiscais, como relata Dolores.

Infelizmente, ainda lidamos com alguns negacionistas, que buscam hostilizar os nossos fiscais. Mas esse tratamento em si já pode ser registrado como infração, porque são agentes públicos no exercício da função.
Dolores Fernandes
Coord. da Vigilância Sanitária do Ceará

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Pelo decreto estadual vigente, os eventos de fim de ano devem reunir, no máximo, 2.500 pessoas em ambientes fechados e 5 mil em locais abertos. A coordenadora da Vigilância Sanitária frisa, por isso, a importância de manter cuidados.

“O importante nesse momento é chamar mais uma vez a sociedade e segmentos econômicos do Ceará para a importância da vacinação. E é importante sempre ressaltar: o passaporte sanitário não nos isenta dos cuidados individuais e com o ambiente”, finaliza.

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