Diagnóstico de Covid-19 pode ser liberado em até 50 minutos por meio de métodos do Hemoce

Exames estão disponíveis para pacientes em urgência e emergência de cinco hospitais públicos do Estado e vão agilizar o resultado que, antes, durava cerca de 24h para ficar pronto

Escrito por Diego Barbosa , diego.barbosa@svm.com.br
Teste RT-PCR de rápida liberação é realizado, na maior parte dos casos, para doadores e receptores de transplantes de órgãos
Legenda: Teste RT-PCR de rápida liberação é realizado principalmente para doadores e receptores de transplantes de órgãos que precisam do diagnóstico mais rápido para Covid
Foto: Divulgação

Entre 15 e 50 minutos é o tempo de liberação dos resultados do diagnóstico molecular do vírus da Covid-19, o SARS-CoV2, por meio das novas metodologias desenvolvidas pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). Antes, os exames demoravam 24h.

Os métodos são: o teste molecular de amplificação isotérmica; e o RT-PCR de rápida liberação. O primeiro, voltado para pacientes de urgência e emergência, é feito por meio do swab (um cotonete longo e estéril), com coleta de material nasal.

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O exame pode ser realizado no local onde o paciente está sendo atendido – uma vez que não existe manipulação da amostra e é feito nos laboratórios dos hospitais. O resultado sai em, no máximo, 15 minutos.

Por sua vez, o RT-PCR de rápida liberação é realizado, na maioria dos casos, em doadores e receptores de transplantes de órgãos. O exame acontece igualmente pela coleta via swab, mas deve ser feito em laboratório de biologia molecular. O diagnóstico fica pronto em 50 minutos.

Os testes de liberação rápida estão disponíveis para pacientes em situação de urgência e emergência em cinco hospitais públicos do Estado: Hospital Geral de Fortaleza (HGF), de Messejana (HM), Geral César Cals (HGCC), São José (HSJ) e Infantil Albert Sabin (Hias). Todos os profissionais de saúde das unidades receberam capacitação para realizar o serviço.

Quantidade mensal de exames

Diretora de Hematologia do Hemoce, Luany Mesquita explica que os testes são comerciais, adquiridos mediante processo licitatório, os quais foram aplicados as novas metodologias da instituição. 

Segundo ela, a estimativa, considerando os dois tipos de testes, é que sejam feitos em torno de 3.500 exames por mês, voltados para pacientes com necessidade de liberação mais rápida do diagnóstico – otimizando um processo que durava em torno de 24 horas. 

 "A gente continua fazendo RT-PCR convencional para todas as outras indicações e, enquanto houver necessidade, vamos ajustando a oferta do exame", situa. "O estudo que a gente fez foi para tentar priorizar os hospitais de porta aberta, que recebem urgência e emergência, para que tivessem o equipamento em suas próprias unidades".  

As demais unidades públicas podem fazer a coleta do exame e enviar as amostras para o laboratório do Hemoce. Nesse caso, haverá apenas o acréscimo do transporte até a instituição, mas o tempo da liberação do resultado será o mesmo, já que o equipamento se encontra no próprio Centro de Hematologia e Hemoterapia.

Impactos

Na visão da médica, os impactos advindos dessa inovação são vários, sobretudo devido ao atual momento de flexibilização das atividades econômicas. Luany Mesquita acredita que o benefício da liberação mais rápida do diagnóstico de Covid-19 pode ser maior nesse instante porque, ainda que haja diminuição dos casos de coronavírus, as outras doenças continuam existindo, atentando para uma maior procura de pacientes com essas outras enfermidades nas unidades de saúde.

"Como precisamos fazer o diferencial do que é e do que não é Covid-19, acho que vamos conseguir otimizar recursos dos hospitais, uma vez que eles conseguirão internar o paciente na unidade correta, reservando às pessoas os recursos que, de fato, elas precisam", considera.

"Além disso, aumenta-se a capacidade de testagem do Estado como um todo, já que não teremos apenas o RT-PCR convencional; haverá impactos nos próprios transplantes, uma vez que alguns tipos acabavam sendo mais demorados por conta da necessidade da resposta do resultado da Covid; e otimizaremos ainda a utilização de recursos, o tempo de internação do paciente, o tempo de permanência do leito e as transferências dos pacientes que precisam ser alocados em outras unidades hospitalares", enumera. "Acredito que o impacto será bastante positivo".

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