Centro de Fortaleza tem grandes aglomerações no primeiro dia da Operação Fim de Ano Seguro
Agentes de fiscalização reforçam medidas de prevenção contra o coronavírus diante do crescimento de novos casos e óbitos no Ceará
Com a proximidade das festas de fim de ano, Natal e Ano Novo, o Centro de Fortaleza tem atraído diversas pessoas às compras. O problema é que o movimento tem gerado aglomerações constantes num momento em que o Ceará volta a registrar aumento de novos casos e óbitos causados pela Covid-19, de acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa). Neste sábado (12), órgãos municipais e estaduais dão início à Operação Fim de Ano Seguro, para fiscalizar o cumprimento de medidas de prevenção contra a doença.
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Desde a madrugada, centenas de pessoas circulam pela Feira da José Avelino, tradicional ponto de vendas do Centro da Capital. Além de aglomeração em corredores estreitos, é possível flagrar pessoas sem uso de máscara ou com o peça baixada no queixo.
A comerciante Maria das Graças Lima da Silva, que veio do Maranhão para comprar roupas para revenda, reconhece que o cenário é “perigoso”.
“Quase não saio do Buraco da Gia porque tem muita gente. Mas a gente precisa trabalhar, é um risco que a gente corre. Aqui estamos coladas umas nas outras”, afirma, prevendo que no próximo fim de semana o local deva estar ainda mais lotado.
A ambulante Liduína da Silva cumpre o uso da máscara, mas reclama que nem todos os clientes têm a mesma consciência. “A movimentação tá boa, mas melhor é de madrugada. A gente fica com medo porque tem muita gente que não usa. Eu até peço pra colocarem, mas o pessoal é teimoso”, lamenta.
Cumprimento de medidas
No local, há equipes da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) e da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Servidores da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) também realizam abordagens esclarecendo sobre as formas de prevenção.
Além da Agefis, segundo a Sesa, a Operação Fim de Ano Seguro é realizada em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Ministério Público do Estado (MPCE) e vigilâncias sanitárias municipais.
“Essa ação é muito importante considerando o aumento recente de festividades, aglomerações e do número de denúncias de eventos onde as pessoas estão aglomeradas e sem máscara, como em shoppings, restaurantes e praças. Esses eventos são caracterizados muitas vezes como super disseminadores da Covid-19”, explica a técnica da Vigilância Sanitária da Sesa, Jane Cris Cunha.
Em Fortaleza, serão fiscalizados eventos em diferentes áreas, a partir do histórico e georreferenciamento de locais onde existem mais registros de aglomerações. As abordagens devem verificar o uso de máscara, o distanciamento, o excesso de capacidade e o cumprimento do horário permitido de funcionamento.
Proteção a vulneráveis
Desde o início da pandemia, a Vigilância Sanitária do Ceará já realizou 8.833 fiscalizações, autuando 118 estabelecimentos, entre advertências, multas e interdições. A secretária de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, reforça que o Estado passa por um “aumento persistente de casos” e um recente aumento de óbitos.
“À medida que acomete a população mais jovem, começa a ter reflexo na mortalidade entre mais idosos. O aumento de óbitos é mais preocupante em Fortaleza, onde há maior densidade populacional. Nesse momento, é importante manter o distanciamento, usar máscara e proteger as pessoas mais vulneráveis”, garante.
Para ela, é preciso ter mais paciência até que a vacina esteja disponível para a população. O Governo do Estado anunciou que está fazendo articulações para trazer o imunizante ao Estado e já estabeleceu alguns planos de ação para o início da aplicação.