Ceará tem 73 casos de crianças e adolescentes com síndrome rara associada à Covid-19

Embora rara, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) ocorre após infecção pelo novo coronavírus e requer hospitalização. Dados são de novo boletim do Ministério da Saúde

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: Um em cada quatro casos de síndrome inflamatória os pacientes tinham comorbidade.
Foto: AFP

Embora manifestam, em geral, sintomas leves da Covid-19, algumas crianças e adolescentes têm registrado Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) e são monitoradas pelo Ministério da Saúde. Até 25 de dezembro de 2021, foram notificados, em todo o Brasil, 1.434 casos foram confirmados para SIM-P no Brasil e outros 238 seguem em investigação. Dos casos confirmados, no acumulado entre 2020 e 2021, 86 evoluíram para óbito (letalidade de 6%), 1.196 tiveram alta hospitalar e 152 estão com desfecho em aberto. No Ceará, foram 73 casos da síndrome, com três óbitos.

“A vigilância da SIM-P é necessária por ter relação com a covid-19 e torna-se importante para avaliar o impacto da infecção pelo SARS-CoV-2 na população pediátrica”, diz o Boletim do Ministério da Saúde.

A febre é o sintoma mais comum entre os relatados, mas ainda há outros como os gastrointestinais (dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos) e que estavam presentes em cerca de 83,5% dos casos, 54,6% dos pacientes apresentavam manchas vermelhas na pele, 38,5% apresentaram conjuntivite, 58,9% desenvolveram alterações cardíacas, 35,1% tiveram hipotensão arterial ou choque e 47,4% dos indivíduos apresentaram alterações neurológicas como cefaleia, irritabilidade, confusão mental ou convulsão.

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O Ceará é o segundo estado do Nordeste em número de casos (atrás apenas da Bahia, que registrou 111 confirmações) e 6º no País, com ranking liderado por São Paulo (337 casos). Os três óbitos cearenses, atrás de Bahia (5) e Pernambuco (4), foram de um menino entre 5 e 9 anos e duas meninas entre 10 e 14 anos de idade. Os dados se referem ao acumulado entre 2020 e 2021.

Conforme o Ministério da Saúde, a mediana de internação total foi de 9 dias e a mediana de internação em UTI foi de 6 dias. Dos casos confirmados, 25,7%  tinham algum tipo de comorbidade, dentre elas: doenças neurológicas, cardiopatias, pneumopatias, síndrome genética, hematopatias e obesidade foram reportadas.

A incidência acumulada dos casos de SIM-P no Brasil é de 2,40 casos a cada 100 mil hab. em crianças e adolescentes até 19 anos. A UF com maior incidência acumulada é o Distrito Federal, com 8,50 casos a cada 100 mil hab., seguido pelo estado de Alagoas, com 6,02 casos a cada 100 mil hab. A incidência registrada no Ceará foi de 2,73 a cada 100 mil habitantes, o segundo pior resultado do Nordeste (Alagoas em 1º).

 
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