Estudante do Ceará transforma a vida na quarentena em quadrinhos e vai à final de concurso nacional

Concurso busca chamar atenção para vivências de adolescentes durante o isolamento imposto pela pandemia

Legenda: Além do adolescente, o outro personagem que participa das histórias é o gatinho Biscoito
Foto: Gabriel Baroni Gama

Solidão na quarentena, videogame e conversas com o gato de estimação. Todos esses aspectos podem fazer parte da vivência de um adolescente em 2020. Foi pensando nisso que o jovem Gabriel Gama, de 15 anos, decidiu transpor esse universo cotidiano para os quadrinhos. Suas tirinhas o levaram a ser finalista do concurso Adole-sendo na Pandemia, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

O adolescente, que é estudante de uma escola particular em Fortaleza, afirma que desenha desde criança, mas foi aos 12 anos que começou a “entender a arte”. Foi neste período que ele se mudou com a mãe do interior de São Paulo para a capital do Ceará. Durante a quarentena, desenhar todos os dias como treino ajudou Gabriel a lidar com a situação.

Legenda: Gabriel buscou retratar o cotidiano de um adolescente na quarentena
Foto: Gabriel Baroni Gama

Comportamento de adolescentes durante a pandemia

Coordenado pela pesquisadora Sabine Pompeia, professora do Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), o concurso procurava divulgar o comportamento de adolescentes durante a pandemia da Covid-19. Gabriel conquistou o 2º e 3º lugar no Júri Popular na categoria de 15 a 17 anos.

Segundo a pesquisadora, embora a pandemia afete a todos, o concurso decidiu chamar atenção para a vivência do adolescente, já que esse grupo tem vulnerabilidades diferentes nesta fase da vida. 

Foto: Gabriel Baroni Gama

Pandemia, solidão, e o gato Biscoito

O desenho de Gabriel mostra um adolescente na pandemia ponderando sobre a vida, sobre os hábitos e a solidão de estar isolado. O outro personagem que participa das histórias é o gatinho Biscoito. O animal, no entanto, só existe nas tirinhas. A motivação para criá-lo, segundo o estudante, era ter um personagem preguiçoso. Apesar de não ter um bicho de estimação, Gabriel admite que na quarentena “teve umas horas que fazia falta, mais alguém”.