Fraport revela que já existe forte interesse em projetos

Grupo criará duas personalidades jurídicas distintas à operação dos aeroportos de Fortaleza e Porto Alegre

Escrito por Redação ,

Quase dois meses após o leilão do Aeroporto Internacional Pinto Martins, de Fortaleza, a Fraport tem se dedicado a organizar juridicamente sua presença no País para administrar o terminal cearense e o de Porto Alegre, que também arrematou em março. A empresa, inclusive, já lançou uma plataforma online para receber currículos tanto de profissionais lotados nos aeroportos, como do público em geral (www.fraport-brasil.com). 

Em nota ao Diário do Nordeste, a Fraport afirmou que tem recebido forte interesse de pessoas e de empresas a respeito dos futuros projetos aeroportuários da empresa no País. “Criamos um site da Fraport Brasil com informações básicas (haverá mais em breve) e um formulário para pessoas interessadas em carreiras. Ainda não começamos a operar no Brasil, mas estamos reunindo, ordenando e analisando essas informações para futuros questionamentos”. 

Segundo Denis Franca, especialista em regulação de infraestruturas de aeroportos, a companhia alemã abrirá duas personalidades jurídicas distintas, uma para Fortaleza e outra para Porto Alegre, criadas especificamente para operar cada aeroporto. “Eles passam agora por uma análise financeira, contábil e societária. Já havia um planejamento, claro, mas é hora de executar. Não se abre uma empresa de uma hora para outra”, aponta. 

Estreitando laços 

Enquanto prepara o plano de transição da administração do aeroporto, a Fraport também estreita laços com a prefeitura e com o governo cearense. Pouco após o leilão, o prefeito Roberto Cláudio e o governador Camilo Santana foram ao Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, visita que foi retribuída no último dia 24, quando representantes da companhia vieram oficialmente pela primeira vez ao Estado, anunciando quase R$ 2 bilhões em investimento. 

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Na ocasião, foi definida a criação de um grupo de trabalho formado por representantes da Fraport, do Estado e da Prefeitura de Fortaleza. 

A Fraport já tem uma equipe de cerca de 30 pessoas que será responsável por atuar diretamente na transição e, com auxílio do poder público, a companhia deseja compartilhar informações e ações em prol do desenvolvimento do Aeroporto e de Fortaleza nas áreas de infraestrutura, turismo e finanças. 

Franca aponta ser muito importante estabelecer, desde já, um bom relacionamento com os entes do poder público para que o aeroporto tenha um melhor desenvolvimento. “É preciso lembrar que o transporte aéreo é ponto a ponto, o que exige uma intermodalidade de transportes e envolvimento do Estado e do município na disponibilização de transporte público, de todo o serviço de segurança aeroportuária, liberação de licenças, entre outros que são importantes”, explica o especialista. 

O arremate do Aeroporto de Fortaleza pela operadora Fraport, no último 16 de março, abriu uma nova fase para o terminal cearense, com grandes perspectivas de desenvolvimento. 

Com o lance vencedor de R$ 425 milhões, a nova concessionária iniciará a operar o aeroporto no dia 28 de julho, com a assinatura do contrato. 

Como não houve manifestações contra o resultado do leilão, a Agência Nacional de Aviação (Anac) ainda analisa se a data pode ser adiantada. 

A concessão do Pinto Martins, em âmbito federal, assim como a dos terminais de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre, foi viabilizada pelo lançamento Programa de Investimento em Logística (PIL), em meados de 2015, rebatizado de Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) pelo atual governo. Considerando todos os equipamentos, o governo arrecadou R$ 1,46 bilhão apenas no leilão. 

Investimentos 

Conforme o contrato, a Fraport terá de investir R$ 1,4 bilhão no Pinto Martins ao longo dos 30 anos de concessão, entre diversas outras obrigações como, ainda nos dois primeiros anos, ampliar o terminal de passageiros e o pátio de aeronaves, que terá mais cinco pontes de embarque (totalizando 12). 

Ainda está previsto que, até 2020, a concessionária deva expandir a pista de pouso e decolagem dos atuais 2.500 metros para, pelo menos, 2.755 metros. 

Antes disso, ainda na fase de transição (até 10 meses do início da concessão), a empresa já deverá realizar ações imediatas, como melhorias em banheiros, na iluminação e na climatização, entre outras. 

Na segunda fase, que deve acontecer durante o terceiro e quarto anos de concessão, a empresa fará outra intervenção no terminal de passageiros e no pátio de aeronaves, construindo mais duas pontes de embarque. 

Envolvimento

“O transporte aéreo é ponto a ponto, o que exige uma intermodalidade de transportes, envolvimento do Estado e do município”

Denis Franca
Especialista em regulação de infraestruturas de aeroportos 

Especialista

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