'Tive uma crise de choro', diz policial que prendeu o assassino do pai 25 anos após crime em Roraima

Gislayne Silva de Deus assumiu como escrivã no dia 19 de julho de 2024 e pediu para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH), na intenção de encontrar e prender o autor do assassinato

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Gislayne de terno e distintivo, com braços cruzados, em frente a um pôster com as marcas da polícia civil e do governo de Roraima
Legenda: Determinada a buscar justiça pelo assassinato do pai, Gislayne seguiu carreira policial, primeiro na Polícia Penal e, depois, na Polícia Civil de Roraima
Foto: Divulgação/PCRR

A escrivã Gislayne Silva de Deus, 36, teve uma crise de choro ao ver que o assassino do pai dela estava preso, 25 anos depois do crime. "Parecia que esse dia nunca chegaria", disse a policial que participou da operação da Polícia Civil de Roraima que prendeu o acusado. A entrevista foi concedida ao g1.

Mais velha de cinco irmãs, Gislayne tinha 9 anos quando perdeu o pai, Givaldo José Vicente de Deus, por causa de uma dívida de R$ 150 que ele tinha com o criminoso. Raimundo Alves Gomes deu um tiro à queima roupa na vítima em 1999. O homem estava foragido desde 2016 e foi preso na última quarta-feira (25) em Boa Vista.

Raimundo foi julgado e sentenciado pelo Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) em 2013. Condenado a 12 anos de prisão pelo homicídio, ele foi localizado mais de duas décadas depois do crime em uma região de chácaras, no bairro Nova Cidade, na zona Oeste de Boa Vista.

Gislayne, quando era pequena, aparece na foto segurando uma boneca, ao lado do pai e de outra criança
Legenda: Mais velha de cinco irmãs, Gislayne é a única que lembra com detalhes da presença do pai, que ela descreve como um homem carinhoso e trabalhador
Foto: Acervo Pessoal

Gislayne começou a cursar Direito em uma faculdade particular em 2007, aos 18 anos. Em 2022, ela ingressou na polícia penal de Roraima e atuou na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e no Departamento do Sistema Prisional (Desipe).

Um ano depois, foi aprovada no concurso público da Polícia Civil e assumiu como escrivã no dia 19 de julho de 2024. Após ingressar na corporação, pediu para ser lotada na Delegacia Geral de Homicídios (DGH), na intenção de encontrar e prender o autor do assassinato do pai dela.

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No momento da captura do foragido, a voz de prisão foi dada pela própria Gislayne. Com a repercussão da história, ela quer se tornar um "exemplo para jovens órfãos".

"Hoje, eu tenho um filho, e o que eu mais quero passar para ele é que, agindo da forma correta, ele conseguirá alcançar seus sonhos sem precisar passar por cima de ninguém. Não é necessário buscar a vingança ou agir de forma errada para conseguir justiça", afirmou,

Ainda na entrevista, ela falou sobre as lembranças que tem da presença do pai, que definiu como um homem carinhoso e trabalhador, que sempre incentivou os estudos. "Sempre foi uma pessoa muito esforçada e buscou criar os filhos da melhor forma possível", disse Gislayne.

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