Seita de Djidja Cardoso fez 'ritual de cura' horas antes da morte da avó, diz prima

Idosa de 82 anos teve um AVC e morreu depois de um ritual com anabolizantes e outras drogas

Escrito por Redação ,
Família
Legenda: Investigação aponta participação de seita da família da ex-sinhazinha na morte de avó
Foto: Reprodução Fantástico

A Polícia Civil do Amazonas investiga se a seita formada por familiares e amigos de Djidja Cardoso teve participação na morte da avó da ex-sinhazinha do Boi Garantido, em junho do ano passado, em Parintins. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, desse domingo (9), uma prima da empresária disse que foi feito um "ritual de cura" na idosa de 82 anos. 

"Cleusimar [mãe de Djidja] fez o ritual da cura, ela expulsou todo mundo da casa da minha avó. E nesse ritual eles aplicaram uma bomba, e deram maconha para minha avó. Para fazer medicação, para ela meditar. Às 3h da manhã do dia 29 minha avó teve um AVC", afirmou a mulher, que preferiu não se identificar. 

Segundo os parentes, também participaram do ritual a própria Djidja e então namorado dela na época, Bruno Lima, que está preso. 

A prima de Djidja contou como a avó estava no dia da morte: "Ela chamou minha tia que estava dormindo. E quando ela levantou, ela reclamou de muita dor de cabeça e ela caiu nos braços da minha tia", disse. 

Ainda conforme a reportagem do Fantástico, após a notícia da morte da mãe, uma irmã de Cleusimar enviou uma mensagem pedindo para que ela parasse com os entorpecentes: "Cleuse, que sirva de lição minha irmã, para de usar droga", suplicou a mulher.

Segundo a prima, Cleusimar era usuária de drogas e dizia que tinha poderes para ressuscitar a mãe. "[Falava] ‘Pai, mãe, vida, cura. É só todo mundo orar que ela vai ressuscitar, que ela vai viver. Vocês não têm fé’. Sendo que ela já estava enterrada", detalhou.

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Entenda o caso

Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no dia 28 de maio. A suspeita é de que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina durante um dos rituais propostos pelos parentes. A mãe e o irmão foram presos dois dias depois pelo crime.

Na casa da família Cardoso, a Polícia revelou que encontrou seringas, doses de cetamina, frascos vazios, medicamentos, documentos e computadores. Além disso, os investigadores disseram que o lugar tinha "cheiro de carne em estágio de putrefação".

A morte da ex-sinhazinha revelou uma seita liderada pela mãe e pelo irmão dela, Ademar. Segundo o UOL, um livro com as "cartas de Cristo", que promete trazer "iluminação ao mundo" e "capacitar a humanidade" para construir uma "nova consciência" nos próximos dois mil anos, pode ter sido uma das inspirações do trio, que é investigado por uso de drogas e abusos sexuais. 

A defesa da mãe e do irmão alega que mãe e filho são "extremamente dependentes químicos".

Conforme a Polícia, os rituais da seita da família Cardoso prometiam "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação" com o uso de cetamina. Participavam desses rituais funcionários dos salões de beleza de Djidja, Cleusimar e Ademar, além de amigos da família. 

Três colaboradoras dos salões, inclusive, foram presas por suspeita de aliciamento de integrantes para o grupo.

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