Polícia tentou salvar Djidja Cardoso uma semana antes da morte dela; familiares denunciaram cárcere
Após a morte da avó da empresária, familiares denunciaram que ela estava em cárcere privado
Policiais civis do Amazonas estiveram na casa de Djidja Cardoso um mês antes dela ter sido encontrada morta, em Manaus. Os agentes estiveram no imóvel em 24 de abril para apurar se a empresária estaria em cárcere privado, após denúncia de familiares da ex-sinhazinha do Boi Garantido. As informações são do g1.
Na ocasião, um oficial foi recebido por Ademar e Cleusimar, irmão e mãe dela, que estão presos desde o dia 30 de maio. Djidja, que estava trancada no quarto, não teria aceitado deixar o local.
Os familiares que denunciaram a situação afirmaram que queriam tirar a ex-sinhazinha da casa. Eles haviam criado um grupo de WhatsApp intitulado "Salvamento da Djidja" após a morte da avó da ex-sinhazinha.
"A gente tentou nos reunir algumas vezes para tentar tirar ela de lá. Mas a Djidja não quis sair de lá, porque foi registrado o BO como cárcere privado. A nossa intenção era a polícia ver o estado que ela se encontrava, o Samu ver o estado que ela se encontrava, e que levasse", disse uma familiar que preferiu não se identificar.
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Entenda o caso
Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no dia 28 de maio. A suspeita é de que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina durante um dos rituais propostos pelos parentes. A mãe e o irmão foram presos dois dias depois pelo crime.
Na casa da família Cardoso, a Polícia revelou que encontrou seringas, doses de cetamina, frascos vazios, medicamentos, documentos e computadores. Além disso, os investigadores disseram que o lugar tinha "cheiro de carne em estágio de putrefação".
A morte da ex-sinhazinha revelou uma seita liderada pela mãe e pelo irmão dela, Ademar. Segundo o UOL, um livro com as "cartas de Cristo", que promete trazer "iluminação ao mundo" e "capacitar a humanidade" para construir uma "nova consciência" nos próximos dois mil anos, pode ter sido uma das inspirações do trio, que é investigado por uso de drogas e abusos sexuais.
A defesa da mãe e do irmão alega que mãe e filho são "extremamente dependentes químicos".
Conforme a Polícia, os rituais da seita da família Cardoso prometiam "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação" com o uso de cetamina. Participavam desses rituais funcionários dos salões de beleza de Djidja, Cleusimar e Ademar, além de amigos da família.
Três colaboradoras dos salões, inclusive, foram presas por suspeita de aliciamento de integrantes para o grupo.