Pai suspeito de matar filha de 2 anos disse para creche que agressões eram marcas de nascença

Segundo as investigações, a creche e parentes próximos sabiam que a menina era violentada

Escrito por Redação ,
Quenia é uma menina negra. Ela está com o cabelo partido ao meio e usa um vestido branco com rosa.
Legenda: A menina tinha apenas dois anos de idade e morava com o pai, suspeito de torturá-la e assassiná-la, desde os três meses.
Foto: Reprodução

A creche onde a menina Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima, 2, era matriculada, será investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que vai apurar se a instituição deixou de comunicar violências sofridas pela pequena. Ela morreu na última quinta-feira (9) após sofrer tortura e diversas lesões que teriam sido infligidas pelo pai e pela madrasta. 

A delegada Márcia Helena Julião, da 43ª DP de Guaratiba informou ao O Globo que a unidade escolar negou saber das agressões. Entretanto, os responsáveis pela creche admitiram já ter visto a menina com lesões, justificadas pelo pai como "marca de nascença". 

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Quenia teria aparecido na creche com machucados na testa e nas costas. Segundo as investigações, a creche e parentes próximos sabiam que ela era violentada, mas não relataram ao Conselho Tutelar. 

Essas pessoas e a creche serão investigadas no âmbito da Lei Henry Borel, "que erige em crime a conduta de não comunicar às autoridades públicas a prática de violência, de tratamento cruel ou degradante ou de formas violentas de educação, correção ou disciplina contra crianças ou adolescente, bem como casos de abando de incapaz". 

Quase 60 lesões no corpo 

pai e a madrasta de Quenia Gabriela Oliveira Matos de Lima foram presos em flagrante na última quinta-feira (9), no Rio de Janeiro, suspeitos de torturar e matar a criança. Eles devem responder por homicídio qualificado.

Quenia morreu pouco após dar entrada na Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, em Guaratiba, zona oeste do Rio, com 59 lesões espalhadas pelo corpo. Informações são do jornal Extra.

O crime foi notificado à Polícia Civil pela médica Ana Cláudia Regert, que atendeu a menina quando ela foi levada para a unidade de saúde, na quinta-feira (9), acompanhada do pai e da madrasta. Segundo a médica, o casal gritava que a criança não estava respirando.

Conforme a Polícia, Quenia tinha 12 lesões na face, 17 no abdômen, 16 no dorso, seis nos braços, sete nas pernas, uma na orelha, além de uma queimadura na região umbilical e uma fissura no ânus, que indica que a criança deve, também, ter sofrido violência sexual.

 

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