Mulher diz que recebeu falso positivo para HIV de laboratório envolvido em caso de transplante no RJ
Mulher alega ter recebido exame com falso positivo para HIV de mesmo laboratório envolvido em caso de transplantes
Tatiane Andrade, moradora de Nova Iguaçu (RJ), declarou à Polícia que um erro em exame de HIV fez com que a recém-nascida dela recebesse tratamento para pessoas com a síndrome por 28 dias. A informação foi dada pela carioca em entrevista ao G1.
O exame foi feito no laboratório PCS Lab Saleme, onde outros erros levaram à infecção por HIV de pelo menos seis pacientes que passaram por transplantes no Rio de Janeiro.
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A criança, atualmente com um ano de vida, precisou tomar antirretroviral logo após nascer prematura, de sete meses. Além disso, a mãe não pôde amamentar para evitar a infecção que, na verdade, não existia.
Em relato ao portal da TV Globo, Tatiane declarou que foi medicada para secar o leite e nunca amamentou a filha. Além disso, sofreu com transtorno de estresse pós-traumático por achar que também tinha contraído o vírus.
O laudo de HIV positivo foi assinado por Walter Vieira — um dos sócios do PCS, preso na Operação Verum por assinar laudo com falso negativo de um doador de órgão infectado pelo HIV. Vieira é tio do deputado federal Doutor Luizinho (PP), que foi secretário da Saúde do RJ no ano passado.
Tatiane aguardava documentos para processar a maternidade e o laboratório. Após ver as notícias sobre os transplantados infectados pelo HIV, decidiu levar o caso à polícia. O registro foi feito na tarde desta segunda na 56ª DP.
Defesa dos envolvidos
Ao G1, a direção da NeoMater afirmou que "em razão do sigilo" não pode comentar e que "a paciente em questão recebeu todos os esclarecimentos devidos durante a permanência na unidade".
"Mesmo após a alta mantemos à disposição todos os resultados dos exames realizados e acesso ao prontuário, exatamente por ser direito do paciente", informou a empresa em comunicado.
O PCS Lab Saleme declarou que "o resultado do terceiro teste da gestante estava disponível desde o dia 29/09/23, mesma data em que foi acessado pela maternidade". A empresa declarou ainda que "entre 12/10/23 e 14/01/24, o resultado do exame foi impresso 12 vezes pela equipe da maternidade, conforme registro em sistema.
Por fim, o PCS Lab esclareceu, ainda, que é responsabilidade dos hospitais informar os resultados de exames de pacientes atendidos ou internados nessas unidades. O laboratório não comentou o erro no exame.
A defesa de Walter Vieira afirmou que não tinha conhecimento do caso e que vai apurar.