Marido e sogra de mulher presa em caso de bolo envenenado com arsênio prestam depoimento
Eles não são tratados como suspeitos, mas foram chamados para explicar detalhes sobre o caso

O marido e a sogra de Deise Moura dos Anjos, principal suspeita de matar três familiares com um bolo envenenado, em dezembro, foram ouvidos pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nessa segunda-feira (20). Ambos prestaram depoimentos como testemunhas, e não como suspeitos. As informações são do g1.
Segundo a corporação, a sogra, Zeli dos Anjos, ajudou a explicar alguns pontos sobre as possíveis motivações de Deise para envenenar a Família. Ela responde por suspeita de triplo homicídio e três tentativas de homicídio no caso do bolo e segue presa temporariamente. O caso aconteceu em Torres, no Rio Grande do Sul.
As investigações apontam que Deise também estaria envolvida na morte do próprio sogro, Paulo dos Anjos, marido de Zeli. Ele morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar após consumir bananas e leite em pó, conforme autópsia da época.

No entanto, o corpo de Paulo foi exumado e foi constatado que ele ingeriu arsênio antes de morrer. A substância altamente tóxica foi a mesma encontrada no bolo envenenado e no sangue das três vítimas que ingeriram o alimento em dezembro.
O g1 teve acesso aos dados obtidos pela Polícia Civil do celular de Deise, que confirmam que os termos "arsênio veneno", "arsênico veneno" e "veneno que mata humano" estavam no histórico de pesquisa dela. Essas informações foram essenciais para determinar pela prisão temporária da suspeita.
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Relacionamento entre nora e sogros era conturbado
Deise confessou, em depoimento à Polícia Civil, que mantinha um relacionamento conturbado com a sogra. A suspeita disse ter desavenças com Zeli por questões financeiras e outras situações vivenciadas.
Ela chegou a revelar que chamava Zeli de "naja" e teria sido bloqueada nas redes sociais após um desentendimento. Em mensagens adquiridas pela Polícia Civil, Deise desabafou com uma pessoa que mantinha um relacionamento. "Se eu morrer, cuide do meu filho e reze bastante por mim, pois é bem provável que eu não vá para o paraíso."
Apesar dos conflitos, Deise negou envolvimento no crime. Em nota enviada ao portal da TV Globo, a defesa dela alega que "as declarações divulgadas ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso". "A Defesa já realizou requerimentos e esclarecimentos no inquérito judicial, referentes aos andamentos da investigação, aguarda neste momento decisão judicial', finaliza o comunicado.
Nova tentativa de envenenamento
Outro desdobramento do caso aponta que Deise teria levado um pastel para Zeli dos Anjos enquanto a sogra estava internada na UTI do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
Todos os produtos que foram levados por Deise para a unidade de saúde estão sendo analisados pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) para identificar se ela teria tentado envenenar Zeli mais uma vez.
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