Bicheiro Rogério de Andrade é transferido para prisão federal em MS
O contraventor foi preso no Rio de Janeiro no último dia 29 de outubro
O bicheiro Rogério Andrade será transferido nesta terça-feira (12) para o presídio de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, cerca de 14 dias após ter sido preso no Rio de Janeiro. A prisão de Andrade ocorreu em operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ).
A transferência para a penitenciária federal foi determinada pela 1ª Vara Criminal da Capital, em pedido recebido pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O órgão é ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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Novas investigações apontam que Andrade é o mandante da morte do contraventor Fernando de Miranda Iggnácio, ocorrida em novembro de 2020. Ele havia sido denunciado pelo MPRJ em março de 2021, mas a ação penal contra o bicheiro foi trancada após decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), concedida em fevereiro de 2022.
O ministro Nunes Marques, relator do processo, entendeu que a denúncia não teria descrito qual a participação de Andrade como mandante do crime.
Para reabrir o caso, o Gaeco instaurou novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), com novas provas reunidas em dois anos de investigação da participação de Rogério como mandante no homicídio de Fernando Iggnácio. A denúncia contém quebra de sigilo telemático e telefônico de Rogério e outro homem responsável pelo monitoramento dos passos de Fernando.
Mudança de prisão
Entre os motivos para a transferência de Rogério está o fato de a investigação o apontar como chefe de um grupo criminoso "voltado para a prática de diversos crimes". Segundo a decisão judicial, a quadrilha teria contatos com órgãos de segurança estaduais.
A mesma prisão para a qual ele será transferido abriga o deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco, além do chefe da maior milícia do Rio, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, e o traficante Marcinho VP, uma das lideranças da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Construído para criminosos de alta periculosidade, o completo possui 12,6 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 208 presos em celas individuais.
O local também é utilizado para condenados a Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), uma forma de cumprimento de pena mais rigorosa que o regime fechado. Nele, o preso é designado a uma cela individual com limitações ao direito de visita e saída de cela.