Ágatha Vitória: PM acusado de matar menina de 8 anos em ação policial no Rio de Janeiro é absolvido

A morte aconteceu há mais de 5 anos, no Complexo do Alemão. Decisão revoltou familiares da criança

Escrito por Redação ,
menina desenhando aparecendo apenas os pés e mãos
Legenda: A menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, foi morta com um tiro de fuzil
Foto: Pexels

O policial militar Rodrigo José de Matos Soares, acusado de matar a menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, com um tiro de fuzil, durante uma ação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foi absolvido pelo júri popular, na madrugada deste sábado (9). A morte aconteceu há mais de 5 anos. As informações são do site G1.

O julgamento começou no início da tarde de sexta-feira (8), no 1º Tribunal do Júri, no Centro do Rio, e durou mais de 12 horas. A leitura da sentença judicial com a absolvição do cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) gerou revolta e muita comoção nos familiares de Ágatha Felix. "Eu tô com ódio, com ódio", disparou a tia da menina.

Veja também

A mãe de Ágatha, que estava com a filha quando ela foi baleada, dentro de uma Kombi, prestou depoimento perante os jurados.

"Eu não estava entendendo. Aconteceu um barulho que parecia uma bomba e ela gritando: 'mãe, mãe, mãe'. Eu falando 'filha, calma'. E até hoje, quando eu chego em casa, tenho aquele sentimento assim de que tá faltando", contou a mãe, emocionada.

Quatro policiais militares, que participavam da ação policial com o cabo PM Rodrigo José, também prestaram depoimento no julgamento e sustentaram a versão de que a Polícia reagiu a tiros disparados por uma dupla que trafegava em uma motocicleta. 

As testemunhas de acusação rebatem a versão dos PMs. A investigação policial concluiu que o réu atirou contra uma dupla de motocicleta ao confundir a esquadria de alumínio carregada pelo garupa com uma arma de fogo. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o militar pelo crime de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima).

O júri popular - formado por cinco homens e duas mulheres - entendeu que Rodrigo José foi o autor do disparo que matou a menina, entretanto concluiu que o policial militar atirou "sem intenção de matar" a criança.

Assuntos Relacionados