Vídeo mostra fuga de primeira-ministra de Bangladesh após protestos; veja

Sheikh Hasina renunciou nesta segunda-feira (5), após 15 anos no poder

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Sheikh Hasina
Legenda: Primeira-ministra é acusada de utilizar indevidamente as instituições do Estado para permanecer no poder
Foto: AFP

Após uma onda de protestos contra o governo assolar Bangladesh nas últimas semanas, a primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, deixou a capital, Daca, na manhã desta segunda-feira (5). A fuga ocorreu poucas horas antes das autoridades anunciarem a renúncia da governante.

Veja também

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível observar duas figuras descendo de um helicóptero militar e entrando em um carro, em uma área de mata. Na internet, usuários acreditam que a filmagem é um registro da fuga de Hasina e sua irmã, Rehana.

VEJA FUGA

De acordo com uma fonte próxima à governante, Sheikh Hasina deixou a capital para se abrigar em um "local mais seguro", após as inúmeras manifestações contra o governo.

“Ela e sua irmã deixaram Ganabhaban (a residência oficial da primeira-ministra) e seguiram para um local mais seguro. Ela queria gravar um discurso [falando sobre a renúncia], mas não teve a oportunidade”, afirmou a fonte.

Em mensagem transmitida por uma emissora de televisão estatal, o general Waker-Uz-Zaman confirmou a renúncia da primeira-ministra e declarou que formará um “governo provisório” durante o momento de instabilidade política no país.

Hasina, de 76 anos, estava no poder desde 2009, tendo vencido quatro eleições consecutivas. Na votação mais recente, realizada em janeiro deste ano, a governante não teve uma oposição real.

PROTESTOS

Bangladesh tem vivido dias caóticos desde o mês passado, quando parte da população iniciou uma série de protestos contra uma norma que reserva cotas em cargos públicos para filhos de veteranos de guerra.

Desde então, as manifestações evoluíram e o povo passou a clamar pela renúncia de Sheikh Hasina. Segundo grupos de defesa dos direitos humanos, o governo da primeira-ministra teria utilizado as instituições do Estado de forma indevida, para permanecer no poder e acabar com qualquer oposição, inclusive através de execuções extrajudiciais.

“A questão não é mais sobre cotas de emprego. O que queremos é que a próxima geração possa viver livremente no país”, afirmou o jovem Sakhawat, que preferiu não revelar o sobrenome.

Nesse domingo (4), 77 pessoas morreram durante confrontos entre manifestantes e simpatizantes do governo, conforme apuração policial. Ao todo, 283 bengalis morreram desde o início da mobilização.

Assuntos Relacionados