Três pessoas, incluindo uma criança, morrem em ataque a hospital pediátrico de Mariupol
Bombardeio russo atingiu maternidade e um centro pediátrico
A prefeitura de Mariupol, cidade portuária do leste da Ucrânia, informou nesta quinta-feira (10) que o bombardeio russo contra um hospital pediátrico deixou três mortos, incluindo uma criança do sexo feminino. O balanço anterior da gestão citava 17 pessoas feridas no ataque.
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"As tropas russas destroem deliberada e impiedosamente a população civil de Mariupol", denunciou o governo local, que na véspera informou a morte de mais de 1.200 habitantes em nove dias de cerco ao porto estratégico do Mar de Azov.
O ataque contra o hospital provocou a indignação das autoridades ucranianas e ocidentais. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que condenou um "crime de guerra", divulgou vídeos da destruição do centro médico. As imagens mostram edifícios atingidos pelo bombardeio, escombros, além de papéis e vidro espalhados pelo chão.
O ataque aconteceu nessa quarta-feira (9), na véspera do encontro na Turquia entre os ministros russo e ucraniano das Relações Exteriores, Serguei Lavrov e Dmytro Kuleba, na primeira reunião de alto nível entre os países desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
O Kremlin disse, nesta quinta-feira (10), que questionará seus militares sobre o bombardeio. "Necessariamente perguntaremos aos nossos militares, porque nós, assim como vocês, não temos informações claras sobre o que aconteceu e, a priori, os militares nos darão informações", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista coletiva.
Refugiados
Em duas semanas de guerra, completadas nesta quinta-feira (10), a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que mais dois milhões de ucranianos precisaram se refugiar em outros países.
Nos dias 5 e 6 de março, fracassaram duas tentativas de retirada de civis da cidade cercada de Mariupol. Kiev e Moscou trocam acusações. Moscou anuncia outros seis corredores humanitários, mas quatro levam à Rússia e Belarus. A Ucrânia rejeita e considera a proposta "imoral".
Em uma aparente mudança de postura, Zelensky afirma que não insistirá na entrada na Otan e se mostra aberto a um "compromisso" sobre o status dos territórios separatistas do leste.
Em 8 de março, mais de 5 mil são finalmente retirados de Sumy e outros 18 mil da região de Kiev. Já nessa quarta-feira (9), Zelensky anuncia que ao menos 35 mil civis deixaram as cidades cercadas.