Por que o Brasil é o primeiro a discursar na ONU? Entenda a tradição da organização
Tradição é mantida desde 1955
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o primeiro chefe de Estado a discursar nesta terça-feira (19), na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A fala dele foi logo após a do secretário-geral da entidade e presidente da sessão anual. Mas, você sabe por que o Brasil ocupa essa posição de destaque no evento?
O líder brasileiro é o primeiro orador nas assembleias gerais da ONU desde 1955. A tradição, porém, não segue nenhuma regra oficial das Nações Unidas. Ocorre porque o Brasil foi o primeiro país a aderir à ONU e também é um dos Estados fundadores da organização. Além disso, o então ministro de Relações Exteriores do governo de Getúlio Vargas, Oswaldo Aranha, teve uma participação importante na construção da entidade e foi quem presidiu a primeira sessão especial da assembleia.
É por isso, especialmente pelo papel desempenhado por Aranha no início da ONU, que o Brasil é responsável por abrir os discursos das assembleias gerais. Contudo, nos encontros, falam ainda chefes de 193 Estados-membros, além dos Estados Unidos, que é o anfitrião e segundo a falar, sempre.
Para o restante dos países, a ordem dos discursos é baseada nos níveis de representação e preferência, dentre outros critérios.
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Quem foi Oswaldo Aranha?
Oswaldo Aranha nasceu na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, em fevereiro de 1884. Formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, ele participou ativamente das articulações para colocar Getúlio Vargas no poder, por meio da Revolução de 1930.
No Executivo nacional, foi ministro da Justiça, da Fazenda e das Relações Exteriores. Além disso, entre os anos 1933 e 1937, foi chefe da embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos.
Segundo o jornal O Globo, Aranha chegou a ser cogitado como candidato ao Prêmio Nobel da Paz. O prêmio, contudo, foi concedido ao Conselho dos Quacres, da Grã-Bretanha.
Ele faleceu em janeiro de 1960, no Rio de Janeiro, após sofrer um ataque cardíaco.