A nomeação de Sushila Karki como primeira-ministra interina do Nepal veio acompanhada da suspensão do toque de recolher e reabertura do comércio, com aparente ar de volta à normalidade após protestos que deixaram dezenas de mortos sobretudo na capital, Katmandu.
Ela será a primeira mulher a comandar o governo do Nepal. Ela foi presidente da Suprema Corte do País, e ao assumir o mandato, prometeu restaurar a ordem e combater a corrupção, principal motivo dos protestos desta semana.
Neste sábado (13), além do gradual retorno ao cotidiano, foi reduzida a presença de tropas do exército nepalês, menos de uma semana após os protestos contra o governo local. Mais de 50 pessoas morreram na segunda-feira (8) e terça-feira (9), além de centenas de feridos.
O Parlamento nepalês foi dissolvido, e novas eleições serão realizadas em cerca de seis meses, com data marcada para 5 de março do ano que vem.
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Premiê visita hospitais de Katmandu
A nova primeira-ministra teve como primeira ação de mandato a visita a hospitais da capital nepalesa. O objetivo era conversar com os feridos nos protestos e vítimas da repressão de KP Sharma Oli, agora ex-primeiro-ministro da nação asiática, cujo paradeiro ainda é desconhecido.
Ele é líder do Partido Comunista do Nepal e representante das elites do País, e estava no quarto mandato em dez anos.
A nomeação da juíza, conhecida por sua independência, ocorre após dois dias de intensas negociações entre o chefe do Exército, general Ashok Raj Sigdel, e o presidente, Ram Chandra Paudel, que também incluiu representantes da "Geração Z", nome dado ao movimento de protesto juvenil.
Mais de 20% dos nepaleses entre 15 e 24 anos está desempregada, segundo dados do Banco Mundial, e o PIB anual por habitante é de apenas 1.450 dólares (R$ 7.800, na cotação atual).
Outras das tarefas imediatas que Sarki deverá assumir será garantir o retorno à ordem em todo o país. Principalmente, capturar os mais de 12,5 mil presos que continuam foragidos depois de aproveitarem o caos dos distúrbios para fugir das prisões.