Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos
Mujica enfrentava fase terminal de câncer no esôfago
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José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. Mujica estava em estado terminal devido a um câncer no esôfago, diagnosticado em maio de 2024. Nos últimos meses, ele já havia interrompido o tratamento após a disseminação da doença pelo corpo. Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015.
Em janeiro deste ano, o ex-presidente revelou que havia suspendido o tratamento contra o câncer. “Estou condenado”, disse ele em entrevista ao jornal Búsqueda, acrescentando: “Quando chegar a hora de morrer, eu morro”.
Em abril de 2024, Mujica informou que o estômago estava “muito comprometido” e destacou a complexidade de seu quadro de saúde. “É duplamente complexo, porque eu já sofro de uma doença imunológica há mais de 20 anos que afetou, entre outras coisas, meus rins, o que cria dificuldades óbvias para técnicas de quimioterapia e uma cirurgia”.
Em outubro, durante sua primeira aparição pública após uma internação, Mujica afirmou estar “perto de se retirar para o lugar de onde não se volta”. Apesar da declaração, sua médica chegou a dizer, na época, que tinha “fortes convicções” de que ele estaria curado, embora sua saúde permanecesse frágil.
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Da guerrilha à política institucional
Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, Mujica ingressou nos anos 1960 no Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros, grupo guerrilheiro de esquerda que se destacou por ações como assaltos a bancos e a distribuição do dinheiro roubado entre os pobres.
Durante sua militância, Mujica foi baleado em confrontos com a polícia, preso diversas vezes e submetido a longos períodos de isolamento e tortura. Foi considerado “refém” da ditadura uruguaia e só foi libertado em 1985, após a redemocratização do país, com a promulgação de um decreto de anistia.
Após deixar a prisão, Mujica ajudou a fundar o Movimento de Participação Popular (MPP), partido de esquerda integrado à Frente Ampla. Foi eleito deputado em 1994, senador em 1999 e, posteriormente, nomeado ministro da Agricultura em 2005, durante o governo de Tabaré Vázquez.
Chegou à Presidência da República em 2010, sendo o sucessor de Vázquez. Durante seu governo, o investimento em políticas sociais aumentou de forma significativa, com destaque para a elevação do salário mínimo e a legalização do consumo e da venda de maconha, aprovada em 2012.
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