Mike Lynch, bilionário morto em naufrágio de iate, comemorava absolvição em processo durante viagem

Empresário teve o corpo encontrado na quarta-feira (21)

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
Mike Lynch em foto de arquivo
Legenda: Mike Lynch foi o fundador da empresa Autonomy
Foto: BEN GURR / POOL / AFP

O empresário de tecnologia britânico Mike Lynch, que já integrou a lista de bilionários da Forbes e teve o corpo encontrado na quarta-feira (21) após um iate afundar na Sicília, na Itália, estava comemorando a absolvição de um processo em junho deste ano. Lynch foi alvo de um julgamento por fraude nos Estados Unidos que poderia ter resultado em uma condenação de vários anos de prisão.

O iate naufragou próximo a Palermo, na ilha italiana da Sicília. Mergulhadores especializados, que recuperaram quatro corpos dos destroços do iate "Bayesian", encontraram ainda um quinto corpo, na manhã desta quinta-feira (22). Os esforços continuam para encontrar a última vítima. 

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Durante a suposta comemoração, a embarcação afundou em poucos minutos a quase 700 metros do porto de Porticello, após a passagem de um tornado. O caso foi durante a madrugada de segunda-feira.

Quinze pessoas foram resgatadas, incluindo seis passageiros, grupo que incluía uma mulher e a filha de um ano. Um membro da tripulação foi encontrado morto no dia da tragédia. 

Referência em tecnologia

Lynch ficou famosos ao fundar a Autonomy, em 1996. A empresa desenvolveu um software capaz de analisar grandes lotes de dados, com David Tabizel e Richard Gaunt, e para atender clientes como os governos do Reino Unido e dos EUA, Shell e BMW.

O magnata nasceu no leste de Londres, na cidade de Ilford. Estudou ciências naturais na renomada Universidade de Cambridge e finalizou um doutorado em processamento de sinais e comunicações.

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Armadilha é considerada

Os primeiros relatos de testemunhas afirmaram que o mastro de 75 metros do iate havia quebrado, mas novas informações reveladas na quarta-feira indicam que o cenário pode ter sido diferente. 

A velocidade do naufrágio do iate e o fato de que as embarcações ao seu redor não foram afetadas provocam questionamentos, em particular sobre se a quilha lastrada, que funciona como contrapeso do imponente mastro, estava abaixada ou levantada no momento da tempestade.

O diretor do 'The Italian Sea Group', proprietário do estaleiro Perini Navi, que construiu o "Bayesian", apontou uma falha humana.

"Tudo que aconteceu aponta para uma longa série de erros. Os passageiros não deveriam estar nas cabines, a embarcação não deveria estar ancorada", declarou Giovanni Costantino em uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

"Um barco do Perini resistiu ao furacão Katrina, um furacão de categoria 5 que devastou os Estados Unidos em 2005", disse. "Você acha que não poderia resistir a um tornado aqui?".

Costantino disse que é "uma boa prática quando o navio está ancorado ter um guarda no convés e, se estivesse lá, ele não poderia ter deixado de ver a tempestade chegando".

"Porém, a água entrou com os convidados ainda em suas cabines. Um ângulo de 40 graus é suficiente para que as pessoas que estão em uma cabine fiquem com a porta acima delas: você imagina um homem de 60 ou 70 anos escalado para sair?", questionou. 

"Acabaram em uma armadilha, estas pobres pessoas acabaram como ratos em uma armadilha", disse Costantino.

Seis pessoas foram consideradas desaparecidas: Mike Lynch e sua filha Hannah, Jonathan Bloomer - CEO do Morgan Stanley International, filial do banco americano - e sua esposa, e Chris Morvillo - advogado que defendeu Mike Lynch no julgamento nos Estados Unidos - e sua esposa.

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