Kremlin se recusa a confirmar presença de Bashar al-Assad na Rússia: 'Não tenho nada para falar'
Putin e Assad mantinham uma aliança política antes dele ser deposto por integrantes da Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS)
A mídia estatal russa declarou, nesse domingo (8), que a Rússia tinha concedido asilo ao presidente deposto da Síria, Bashar al-Assad. No entanto, nesta segunda-feira (9), o Kremlin se recusou a confirmar a presença de Assad em Moscou. "Quanto ao paradeiro do presidente Assad, não tenho nada para falar a vocês", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.
Anteriormente, a informação concedida por uma fonte no Kremlin era de que o asilo foi concedido a Assad e sua família "por motivos humanitários". Conforme a BBC Brasil, Moscou está "acompanhando os eventos dramáticos na Síria com extrema preocupação".
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Porém, ao ser questionado se Putin tinha decidido pessoalmente conceder refúgio a Assad, Peskov declarou que "decisões assim não podem ser tomadas sem o chefe de Estado. Não tenho mais nada a dizer".
Bases militares na Síria
O Kremlin afirmou ser "necessário" debater com a Síria sobre a possibilidade de manter a base naval russa em Tartus e a base aérea militar russa em Hmeimim. "O que aconteceu surpreendeu o mundo inteiro. Nós não somos exceção", acrescentou.
A Rússia tinha sido autorizada a ocupar as bases de Hmeimim e Tartus por 49 anos. Com isso, garantia uma posição estratégica no Mediterrâneo oriental, já que as bases eram centros para transferências de militares para a África.
"É tema de discussões com aqueles que estão no poder na Síria. (A Rússia) faz todo o possível e necessário para entrar em contato com aqueles que podem estar encarregados de garantir a segurança (das bases militares russas no país)".
A Rússia, que atua militarmente na Síria desde 2015 em apoio a Assad, acredita que o país entra em "um período muito difícil, devido à instabilidade", segundo Peskov.