Entenda o que é ordem Agostiniana seguida por papa Leão XIV
Ordem religiosa foi fundada em 1244
A tão esperada fumaça branca saiu pela chaminé da Capela Sistina na tarde desta quarta-feira (8), com a eleição do papa Leão XIV, de 69 anos. Mas o que seria a ordem Agostiniana a qual o novo Sumo Pontífice faz parte desde 1977?
Existem diferenças para que leigos possam ingressar na vida religiosa na Igreja Católica. Isso pode acontecer a partir de duas frentes: pelas congregações religiosas ou pelas ordens religiosas, com algumas distinções entre ambas.
Na comunidade religiosa (congregação), geralmente católica, se fazem votos simples, e se vive em pobreza voluntária, com dedicação à pregação, evangelização e serviço aos necessitados. O sustento deles é por meio de doações e caridade.
Já nas ordens religiosas (mendicantes), se fazem os chamados votos solenes, (radicais). Além dos Agostinianos, também existem os Franciscanos e as Carmelitas, por exemplo, sendo que estes não vivem em isolamento, e podem atuar principalmente em áreas urbanas, com foco na unidade e no serviço aos outros.
Os Agostinianos seguem o direcionamento pelos estudos, castidade e na autêntica pobreza.
Ordem não foi fundada por Santo Agostinho
A ordem Agostiniana foi criada pelo papa Inocêncio IV, em 1244, segundo o frei Tailer Douglas, provincial local dos Agostinianos em Fortaleza, com atuação na Paróquia São Pedro, na Barra do Ceará. À época, em reunião com mosteiros, definiu que os integrantes da ordem seriam guardiões de “tudo que foi feito por Santo Agostinho”.
Isso significa que a ordem recebeu a regra, doutrina e espiritualidade de Santo Agostinho, sendo este chamado de “pai espiritual” do grupo, e inspirador do estilo de vida. Em 1256, no governo do papa Alexandre IV, aconteceu a chamada “Grande União”, quando muitos outros mosteiros também se uniram.
A odem agostiniana se baseia em três pilares:
- busca de Deus;
- vida comunitária (como a forte atuação em cidades);
- apostolado (serviço).
Conforme o frei, essa tríade forma o chamado “modo de ser” ou “identidade” em torno do que ensinou Agostinho, considerado um doutor da Igreja Católica.
Estima-se que a ordem Agostiniana, que opera em cerca de 50 países, tenha pouco mais de 2.500 padres e irmãos.
"Um papa com supremacia missionária"
Após o papado de Francisco, de ordem jesuíta, o religioso acredita que a escolha de um agostiniano significa que o novo papa terá grande atuação missionária, para “as dificuldades do mundo, numa Igreja acolhedora”, em meio a uma “terceira guerra em pedaços”. O novo papa foi ordenado sacerdote agostiniano em 1982.
O então cardeal Prevost, teve, por exemplo, seus primeiros anos de ministério não nos centros eclesiásticos dos Estados Unidos, mas sim no norte do Peru, mais precisamente na Diocese de Trujillo, tendo atuado como pároco e educador.
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Segundo frei Tailer Douglas, o agora papa Leão XIV foi superior geral da ordem por 12 anos, o que na visão dele foi um sinal de grande aceitação dos pares em torno do seu comando, e ter sido uma figura do “diálogo”, qualidade que possui até hoje, segundo ele.
“Uma preocupação pastoral muito importante, com sensibilidade humana. Precisamos de gente, do silêncio que escuta”, diz o frei sobre a personalidade do novo chefe da Igreja Católica. “Um papa das coisas novas”, reforça ele.
Arcebispo de Fortaleza se pronuncia
De ordem Beneditino, o Arcebispo de Fortaleza, Dom Gregório Paixão, disse ver um papa capaz de acolher. “Eu acho que aquilo que ele falou, na simplicidade da palavra, e pelos gestos concretos, faz com que a gente espere um papa que use todo o seu coração. Santo Agostinho é o teólogo e filósofo do coração, do amor, então eu acho isso uma coisa muito importante”.
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