Argentina: chuvas fortes provocam evacuação de mais de 7,5 mil pessoas
Tempestade já dura três dia e atinge mais a zona norte da província de Buenos Aires
.jpg?f=16x9&h=574&w=1020&$p$f$h$w=b3834e7)
Passam de 7,5 mil pessoas que precisaram ser evacuadas de suas casas na Argentina. A ação ocorre na província de Buenos Aires por conta das inundações causadas por intensas chuvas na região.
A tempestade, que já dura três dias, atinge a zona norte da província, assim como a cidade de Buenos Aires e sua área metropolitana. Cerca de 15 milhões de habitantes do país se concentram nessa região.
O último boletim oficial, emitido no final da tarde de sábado (17), relatou mais de 3,1 mil pessoas “abrigadas em centros de evacuação”. Além disso, outras 4,4 mil vítimas precisaram ser resgatadas de lugares inundados, “ou se deslocaram voluntariamente de suas casas em diferentes municípios”.
Ao canal Crónica TV, o governador Axel Kicillof afirmou que o evento é "absolutamente extraordinário. Chama-se mudança climática".
Três pessoas estão desaparecidas na localidade de Rojas, a 250 quilômetros a oeste da capital, devido ao temporal.
Ele lembrou os transbordamentos de 7 de março em Bahía Blanca, no sul da província, e alertou que “as chuvas estão inundando lugares onde isso nunca aconteceu”.
As inundações em Bahía Blanca, 600 quilômetros ao sul de Buenos Aires, deixaram 18 mortos e danos materiais de US$ 400 milhões.
Veja também
Frente fria com muito vento é prevista para a região
O ministro da Segurança da província, em uma coletiva de imprensa, solicitou à população que “fique em casa”, já que agora se espera uma frente fria “com muito vento”, à medida que a tempestade se move para a região vizinha de Entre Ríos.
Ele afirmou que “mais de 400 milímetros caíram ao longo desses três dias e vai continuar a cair água”.
Localidades mais afetadas
Algumas das localidades mais afetadas são Campana e Zárate, localizadas entre 80 e 90 quilômetros ao norte de Buenos Aires, onde a chuva caía desde a manhã de sexta-feira, 16, de forma quase ininterrupta e centenas de pessoas tiveram que abandonar suas casas.
“Tivemos um total de 425 milímetros nas últimas 24 horas, uma loucura, nunca tinha acontecido algo assim”, disse à AFP, Emiliano Riberas, diretor de Coordenação de Emergências de Zárate, que detalhou que “há áreas com água acima do ombro”.
Na localidade de Campana, a situação não era melhor. Em bairros como San Cayetano, localizado em áreas baixas e próximas a campos que se inundam rapidamente, dezenas de pessoas tiveram que passar a noite de sexta para sábado esperando ajuda nos telhados de suas casas invadidas pela água, constatou a AFP.
“Perdemos tudo o que tínhamos, pelo que lutamos todos esses anos”, lamentou Manuel Sánchez pouco após ser evacuado. “Agora não temos para onde ir”, acrescentou.
Locais inacessíveis
Tanto o governo nacional quanto o provincial implementaram operações de emergência, com o envio às localidades mais afetadas de brigadistas, equipes técnicas, veículos de resgate e itens para os refugiados, como colchões, cobertores, roupas secas, água e alimentos.
No entanto, alguns lugares ainda eram inacessíveis. Entre as rodovias cortadas, está a rota nacional 9, uma das mais importantes da Argentina, que vai da capital até a fronteira com a Bolívia e passa por Zárate e Campana, onde vários caminhões e pelo menos quatro ônibus ficaram presos.
Os passageiros, em vários casos menores de idade, em viagem de estudo, passaram toda a noite de sexta para sábado em seus assentos. A assistência começou a chegar apenas quando se aproximava o meio-dia.
“Estamos sob um volume de água terrível, com 44 passageiros a bordo”, relatava na manhã de sábado ao canal TN, um motorista de um ônibus que, desde a meia-noite, havia parado sem poder avançar.
Habitual é cerca de 80 milímetros
Cindy Fernández, meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional argentino, disse à AFP que “o normal para maio costuma girar em torno de 70 e 80 milímetros durante todo o mês”.
Em contraste, o fenômeno meteorológico que inundou o norte da província “quintuplicou o que costuma chover”.
>> Acesse nosso canal no Whatsapp e fique por dentro das principais notícias.