O que é sal-gema? Entenda material extraído das minas da Braskem em Maceió

Minas administradas pela empresa causaram alerta de colapso do solo em Maceió

Escrito por Redação ,
Minas da Braskem em Maceió
Legenda: Segundo a Braskem, um dos bairros em maior risco atualmente é Mutange
Foto: Divulgação/Braskem

Um decreto anunciado pelo prefeito de Maceió na quinta-feira (30) determinou situação de emergência na cidade em meio aos perigos de colapso em uma mina de sal-gema da Braskem no bairro Mutange. O colapso, segundo informações da Defesa Civil, poderia ocorrer a qualquer momento.

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Os alertas sobre os riscos, no entanto, não são recentes. Pesquisadores apontam que a possibilidade de riscos na região já havia sido comunicada em 2010, quando um estudo apontou um aumento do nível do lençol freático na região.

O que é sal-gema?

A extração realizada pela Braskem no subsolo de Maceió é de sal-gema, nome utilizado para identificar um cloreto de sódio. Essa substância é utilizada para produzir soda cáustica e policloreto de vinila.

Conforme o sistema da empresa, um poço era cavado para realizar essa extração, injetando água na camada de sal, gerando uma salmoura. Esta solução era retirada das minas para a superfície, enquanto os poços cavados eram preenchidos com material líquido para conceder uma espécie de estabilidade ao solo.

O problema, entretanto, está no fato de que a exploração nessas minas por mais de 40 anos ocasionou um vazamento de líquido, trazendo instabilidade e gerando buracos. Segundo a Braskem, 35 minas estão dispostas na área urbana de Maceió.

O tremor foi sentido na cidade pela primeira vez em 2018. Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e uma parte do Farol apresentaram afundamento do solo, resultando na saída de 60 mil moradores dos locais. 

O que é a Braskem?

A Braskem parou a extração de sal-gema em maio de 2019 na região, encerrando as atividades nas 35 minas da companhia no mesmo ano. 

Atuando globalmente, a Braskem possui unidades no Brasil, nos Estados Unidos, na Alemanha e no Médico. Em solo brasileiro, ela é controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) e tem a Petrobras com parte das ações. A hipótese da própria empresa é de que o colapso das minas pode causar tremor e cratera.

Problemas do colapso

Nesta sexta-feira (1º), o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) solicitou ao presidente em exercício da República, Geraldo Alckmin, um aporte financeiro emergencial do governo federal para Maceió. Segundo Cunha, esse aporte não tem valor ou formato definido.

Para o senador, o principal objetivo é resolver um déficit habitacional calculado de 20 mil pessoas na região afetada pelo afundamento do solo. A sugestão seria um aporte aos moldes de um auxílio emergencial para os cidadãos atingidos.

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