Maceió está em estado de emergência por risco de colapso em mina da Braskem; área pode afundar

Houve a desocupação de 23 residências localizadas na região mais próximas de Mutange

Escrito por Redação ,
região de maceió afetada por mina da Baskem
Legenda: A instabilidade no solo de Maceió foi causada pela extração de sal-gema do subsolo e ocasionou o afundamento de bairros
Foto: Reprodução/BRASKEM

Após emitir alerta aos moradores de Maceió informando que uma das minas de sal-gema explorada pela Braskem está em "risco iminente de colapso", a Defesa Civil de Alagoas recebeu ordem judicial para evacuar, na madrugada desta quinta-feira (30), uma área da capital que corre perigo de afundar e virar uma enorme cratera.

Houve a desocupação de 23 residências localizadas na região mais próxima de Mutange, que enfrenta uma situação mais crítica, e dos bairros Bom Parto e Bebedouro. 

Nesta manhã, o órgão informou que a área está desocupada, mas que, por precaução, recomenda que embarcações e a população evitem transitar no local até nova ordem. Além disso, alertou que uma ruptura na área pode ter um efeito cascata em outras minas.

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Segundo o governo do estado, houve cinco abalos sísmicos na área no mês de novembro. “A Defesa Civil de Maceió informa que os últimos sismos ocorridos se intensificaram e houve agravamento do quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA. Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas”, alertou o órgão.

“Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”, afirmou o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo.

O QUE DIZ A BRASKEM

A empresa, em nota, disse que "acompanha de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal". 

A Braskem também informou que paralisou todas as atividades na Área de Resguardo. 

"Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro. A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência", dizia nota.

ORIGEM DO PROBLEMA

A instabilidade no solo de Maceió foi causada pela extração de sal-gema do subsolo e ocasionou o afundamento de cinco bairros. Essas localidades foram ou estão sendo parcialmente desocupadas. 

Após a extração do minério, as minas ficaram cheias com um líquido químico que vazou, formando vários desabamentos. Os tremores seriam também relacionados a acomodação do solo, a partir dos deslocamentos no subsolo.

A prefeitura de Maceió e a Baskem fecharam um acordo em julho deste ano, assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão por conta do afundamento dos bairros. O caso teve início em 2018, data do primeiro tremor ocorrido, e prejudicou mais de 60 mil moradores.

De acordo com o órgão, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).

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