Osteoporose: o que é, quais os sintomas e como tratar
Saiba mais sobre esta doença silenciosa, a qual raramente apresenta indicações antes que ocorra uma fratura óssea
Osteoporose é uma doença que causa fragilidade nos ossos, aumentando o risco de fraturas. Caracteriza-se por perda de densidade mineral e deterioração da microarquitetura óssea. Trata-se de uma condição silenciosa, devido aos seus sintomas não tão evidentes.
Segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil atinge cerca de 15 milhões de pessoas e, de acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), mais de 500 milhões em todo o mundo.
Embora acometa tanto homens quanto mulheres, apresenta uma prevalência em pessoas do sexo feminino acima de 45 anos, aumentando a ocorrência com o avançar da idade. Conforme a OMS, estima-se que cerca de 50% das mulheres acima de 75 anos de idade venham a sofrer alguma fratura devido à osteoporose.
A IOF apela para que todos, independentemente da faixa etária, sejam mais proativos na tomada de medidas para uma melhor saúde óssea e prevenção da osteoporose. “A adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta rica em cálcio e vitamina D, exercícios regulares e conscientização sobre os fatores de risco, é crucial para manter ossos saudáveis e prevenir a osteoporose”, reforça a médica reumatologista Rosa Priscila Oliveira Monte Andrade*.
O que é a osteoporose?
É uma doença que enfraquece os ossos, tornando-os mais frágeis e predispostos a apresentar fraturas. Pode ser classificada em primária ou secundária, de acordo com as causas, e o diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem.
Os osteoblastos e osteoclastos são dois tipos de células que formam o tecido ósseo, cada um com funções específicas e responsáveis pelo processo de remodelação dos ossos. Enquanto os osteoclastos absorvem os componentes ósseos, os osteoblastos secretam a matriz óssea, mantendo a reparação. A integridade dos ossos é adquirida com a ação equilibrada desses dois componentes.
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A osteoporose surge, conforme a médica, quando há um desequilíbrio entre as atividades de osteoblastos e osteoclastos, geralmente ocorrendo uma maior absorção de componentes do que uma deposição de matriz óssea, o que desencadeia a degradação dos ossos.
"Após uma fratura osteoporótica, o risco de complicações de saúde e até mesmo a morte, aumenta significativamente”, alerta a reumatologista. “Fraturas de quadril, por exemplo, são especialmente preocupantes, pois podem levar a complicações como internamentos prolongados, infecções, além da redução da mobilidade e perda de independência”, acrescenta.
Além disso, as fraturas osteoporóticas frequentemente resultam em dor crônica. Portanto, avalia a médica, a prevenção da osteoporose é fundamental, uma vez que é mais eficaz evitar a perda óssea do que lidar com as consequências debilitantes das fraturas.
Quais os sintomas?
Trata-se de uma "doença silenciosa", pois não apresenta sintomas até que ocorra uma fratura óssea. “As fraturas frequentes, especialmente nos ossos do quadril, coluna e punho, são sintomas comuns. Dor intensa nas costas, diminuição da altura e má postura progressiva também podem ser sinais indiretos de osteoporose (já com fraturas vertebrais)”, descreve a médica.
Osteoporose é hereditária?
A predisposição genética pode aumentar o risco da doença, realça Rosa Priscila. No entanto, fatores de estilo de vida, como dieta e atividade física, desempenham um papel importante para evitá-la, analisa a médica.
Alimentação
Uma dieta rica em cálcio e vitamina D é fundamental para manter ossos saudáveis, diz Rosa Priscila. “Alimentos como leite, queijo, iogurte, vegetais de folhas verdes, salmão e sardinha são boas fontes de cálcio. A vitamina D é obtida principalmente da exposição ao sol, mas pode ser complementada na forma de vitaminas quando necessário”, adiciona.
*Rosa Priscila Oliveira Monte Andrade é médica graduada pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), com residência em Clínica Médica (HUWC) e Reumatologia (HGF). Atua em consultórios, onde se dedica ao cuidado de pacientes que sofrem de uma variedade de condições reumáticas, tais como osteoporose, artrite reumatoide, espondiloartrites, lombalgias, lúpus, fibromialgia, gota, esclerose sistêmica, Sjogren, osteoartrite, entre outras doenças.