Novo medicamento para Alzheimer retarda progressão da doença em 35%; entenda

Mais de um terço dos pacientes que tomaram o remédio reduziram o declínio na capacidade de pensar claramente e realizar tarefas diárias

Escrito por Redação ,
Mãos segurando o cérebro com recorte de papel de quebra-cabeça
Legenda: Farmacêutica que desenvolveu a droga deve pedir, até o fim de junho, a aprovação dela pela agência de regulamentação dos Estados Unidos
Foto: Shutterstock

Um medicamento experimental, em fase de teste, reduziu em mais de um terço o declínio na capacidade de pensar claramente e realizar tarefas diárias em pacientes com Alzheimer. O resultado da fase três dos estudos clínicos da substância, desenvolvida pela farmacêutica Eli Lilly, foi divulgado nesta quarta-feira (3) e pode aumentar a esperança de um tratamento eficaz para a doença. 

A companhia anunciou que até o fim de junho deve solicitar a aprovação da nova droga, chamada de Donanemab, à FDA — agência de regulamentação de remédios dos Estados Unidos. 

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Nos testes, os pesquisadores analisaram participantes de dois grupos, separados pelos níveis de concentração de uma proteína cerebral conhecida como tau — biomarcador preditivo que indica a progressão da doença de Alzheimer.

Nos voluntários com níveis intermediários da proteína, nos quais a doença não progrediu tanto, foram observados uma redução de 35% no declínio cognitivo e funcional, quando comparado aos que receberam placebo. Quando esse grupo foi combinado com o com níveis mais altos de tau, o número foi de 22%.

Os resultados do estudo ainda não foram revisados ​​por pares ou publicados.

Mais da metade de todos os participantes completou o tratamento em 12 meses.  

Como funciona o medicamento para Alzheimer?

Conforme o estudo, o Donanemabe remove o acúmulo das placas da proteína beta-amiloide no cérebro. Os peptídeos são os principais marcadores do Alzheimer. 

Os participantes do estudo foram acompanhados pelos pesquisadores ao longo de 18 meses. Neste período, três voluntários que tomaram o medicamento morreram. Dois destes óbitos foram atribuídos a eventos adversos, como inchaço cerebral ou micro-hemorragias, conhecidas como anormalidades de imagem relacionadas ao amiloide ou ARIA. 

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