Trio membro da GDE flagrado com coletes à prova de balas após chacina no Ceará é condenado
O crime e as prisões aconteceram na cidade de Guaraciaba do Norte. Somadas, as penas dos acusados chegam a quase 63 anos de prisão
Três membros da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) flagrados e presos logo após uma chacina em Guaraciaba do Norte, Interior do Ceará, são condenados a penas que somadas chegam a 63 anos de prisão.
Os acusados não teriam ligação direta com os homicídios. As defesas dos réus entraram com recurso de apelação da decisão proferida pelos juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas, no último mês de setembro.
Lara Beatriz Saldanha Braga e Antônio Wagner Cardoso foram condenados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, integrar organização criminosa e receptação. Keven Lopes Lima foi sentenciado pelos mesmos delitos citados, acrescido do crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
Keven recebeu a maior pena: 23 anos e cinco meses de prisão. Antônio deve cumprir 20 anos e três meses de prisão em regime inicialmente fechado, enquanto Lara foi apenada em 19 anos e três meses.
Veja também
O advogado que representa Keven e Lara foi procurado pela reportagem do Diário do Nordeste e disse por nota que: "a defesa informa que respeita a decisão proferida pelo juízo, mas já interpôs recurso contra a condenação de Lara Beatriz Saldanha Braga e Kéven Lopes de Lima. Entendemos que a decisão não reflete as provas constantes dos autos, motivo pelo qual levaremos a discussão às instâncias superiores. A defesa reforça sua confiança na Justiça e pretende demonstrar, por meio dos recursos cabíveis, a inocência dos acusados, certos de que a verdade prevalecerá".
DROGA APREENDIDA
Conforme a acusação, no dia 4 de outubro de 2021, quatro pessoas foram assassinadas a tiros (dois homens e duas mulheres) e os corpos encontrados em um bar em Guaraciaba do Norte. No local estava escrita a sigla CV, fazendo referência à facção Comando Vermelho, indicando que possivelmente as vítimas tinham ligação com o grupo rival da GDE.
Testemunhas disseram acreditar que houve um atrito entre os homicidas e as vítimas "por questões de drogas, disputa territorial".
Às 10h do mesmo dia, na zona rural da cidade, a Polícia recebeu informação que três pessoas estavam em posse de entorpecentes. Ao se dirigirem até o Sítio Bananeira, os investigadores se depararam com os suspeitos que mantinham em um depósito maconha, cocaína, duas pistolas calibre 38, 21 munições, três coletes à prova de balas e duas balaclavas.
No local também foi localizada e apreendida uma motocicleta usada minutos antes na chacina. Lara e Antônio foram flagrados no imóvel e o material recolhido. Keven chegou a fugir do sítio, mas foi preso logo em seguida.