Quem é o colombiano extraditado ao Brasil por furto milionário a joalheira em shopping de Fortaleza

No dia do crime foram levados relógios e joias, avaliados em torno de R$ 9 milhões

Escrito por
Emanoela Campelo de Melo e Emerson Rodrigues seguranca@svm.com.br
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Legenda: O furto aconteceu em um shopping logo após o horário de encerramento das lojas
Foto: Reprodução

Um colombiano apontado como um dos responsáveis por um furto milionário em uma joalheria de um shopping em Fortaleza retornou ao Brasil sob extradição. Libardo Antonio Gonzalez Diaz esteva na Lista Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, foi capturado na Colômbia, e agora trazido ao Ceará.

Segundo a denúncia, Libardo é integrante de um grupo de estrangeiros responsável pelo furto ocorrido no estabelecimento comercial em junho de 2021. No dia do crime foram levados relógios e joias, avaliados em torno de R$ 9 milhões.

Policiais federais foram até a Colômbia e realizaram a extradição no último dia 8 deste mês de maio. Este é o terceiro colombiano extraditado devido a este crime. 

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Legenda: Criminosos levando joias e relógios
Foto: Reprodução

"A investigação, de alta complexidade, foi conduzida pela Delegacia de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Estado do Ceará e contou com a colaboração da Polícia Federal", disse a Polícia Federal, em comunicado.

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A defesa representada pelo advogado Kaio Castro disse que vai aguardar “a fase final do processo, que já se encontra perto da sentença". Castro disse ainda que "em razão do sigilo decretado", não poderia se manifestar sobre os detalhes da defesa ou do caso.

PERFIL DE LIBARDO

Libardo Antonio é considerado como um preso de 'ameaça moderada'. De acordo com histórico da Interpol, o colombiano já tinha sido deportado dos Estados Unidos e agora foi capturado em solo colombiano por força da Difusão Vermelha a partir da prisão requerida pela Justiça cearense.

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Legenda: Libardo foi preso em março deste ano
Foto: Arquivo

Agentes da PF foram até a Colômbia para trazer o homem sob escolta. Ele deve ficar preso em um presídio federal e está à disposição da Justiça do Ceará.

A reportagem apurou que o preso segue em um presídio na Região Metropolitana de Fortaleza. O processo principal deste caso segue em segredo de Justiça.

Gonzalez foi preso na Colômbia em março deste ano. Devido às ferramentas tecnológicas avançadas utilizadas pelos assaltantes e a um modus operandi considerado "diferenciado", o furto gerou a publicação de uma ‘difusão roxa’.

OUTROS SUSPEITOS

Outro envolvido no furto já havia sido capturado em setembro de 2021, no Paraguai. Andrés Manuel López Pataquiva foi responsável por fazer perfurações nas paredes para ter acesso à joalheria. 

Ao entrar, ele colocou os produtos em uma mochila e saiu do shopping ao lado de um parceiro. Toda a ação criminosa durou 40 minutos.

Pataquiva foi preso ao lado da esposa. O casal foi detido no aeroporto Silvio Pettirossi, na cidade de Luque, quando passava pelo posto de controle de imigração.

APARELHOS DE ALTA TECNOLOGIA FORAM USADOS NO FURTO

O furto a joalheria foi cometido por Pataquiva na companhia de Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez e Libardo Antônio Gonzalez Diaz, todos colombianos, conhecidos por participar de um grupo criminoso com atuação em diversos países. 

À época do crime, o trio utilizou aparelhos de alta tecnologia para clonagem do controle remoto da porta de entrada da loja vizinha à joalheria e um bloqueador chamado "Jammer" — adotado comumente em roubo de cargas — para bloquear qualquer sinal no entorno. Dessa forma, quem estava nas imediações do estabelecimento não conseguia falar ao celular, e sistemas de alarme via rádio também estavam comprometidos.

“É mais comum [a utilização destes equipamentos] em roubo de carga para ludibriar o monitoramento, mas em roubo de joalheira jamais, e a clonagem dentro de um shopping center é uma situação inédita”
Delegado da PCCE Rommel Kert

Com os equipamentos e vestidos com roupas semelhantes ao fardamento de funcionários da loja, um deles entrou no comércio vizinho sem levantar suspeitas, enquanto outros dois deram cobertura.

O trio teria se hospedado na Capital 15 dias antes do crime. Ainda segundo divulgado pela Polícia Civil à época do crime, após análises em diversos shoppings da Região Metropolitana de Fortaleza, os criminosos escolheram o local e arquitetaram a ação. 

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