Quadrilha alvo de operação da PF no Ceará movimentou pelo menos 7 toneladas de cocaína em portos

Apreensão de 330 kg do entorpecente, escondidos em uma carga de mel, deu nome à Operação Nectar

Escrito por Messias Borges , messias.borges@svm.com.br
R$ 100 mil em espécie foram apreendidos com os suspeitos, durante a Operação
Legenda: R$ 100 mil em espécie foram apreendidos com os suspeitos, durante a Operação
Foto: Divulgação/ Polícia Federal

A organização criminosa alvo da Operação Nectar, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no Ceará e em mais sete estados, nesta quarta-feira (6), movimentou pelo menos 7 toneladas de cocaína em portos brasileiros - carga identificada pela investigação. A quadrilha era especializada em envio de cocaína para a Europa, por meio do modal marítimo portuário.

A investigação da PF no Ceará se iniciou após a apreensão de 330 kg de cocaína, escondidos em uma carga de mel, em um contêiner que sairia do Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), para a Bélgica. A droga foi avaliada em R$ 49 milhões. A utilização de mel para esconder o ilícito motivou o nome da Operação Nectar.

"Essa operação é resultado do trabalho investigativo de quatro anos, que começou com uma apreensão de drogas em um porto do Ceará. De 2019 para hoje, houve diversas apreensões de cocaína semelhantes, em portos do Brasil e do exterior, que somam cerca de 7 toneladas de cocaína", explica o delegado regional de Polícia Judiciária em exercício da Polícia Federal no Ceará, Victor Fernandes.

A Polícia Federal, com apoio da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) e da Receita Federal, cumpre oito mandados prisão preventiva, 22 mandados de prisão temporária, 30 mandados de busca e apreensão e 88 ordens de bloqueio de bens e valores, nos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal no Ceará (JFCE).

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Alvos da Operação

Cerca de 130 policiais federais participam da Operação. A reportagem apurou que um dos mandados foi cumprido na Barra do Ceará, em Fortaleza. Entretanto, a PF não detalhou os endereços nem mais informações sobre os alvos da ofensiva policial, em razão do sigilo de justiça do processo criminal.

A reportagem também apurou, com fontes da PF, que, entre os investigados, há financiadores e executores diretos do tráfico internacional de drogas. A organização criminosa também contava com apoiadores que conseguiam circular nos portos brasileiros e facilitam o envio da droga, para escondê-la das autoridades.

R$ 100 mil
em espécie foram apreendidos. Até a publicação desta matéria, 15 suspeitos haviam sido capturados. A Polícia Federal ainda cumpre mandados e espera consolidar o material apreendido durante esta quarta-feira (6).

O delegado Victor Fernandes afirmou que a PF irá analisar o material apreendido e interrogar os presos, para avançar na investigação, "o que deve confirmar as suspeitas, relacionar os indivíduos e também pode resultar em novos trabalhos". Caso sejam condenados, os envolvidos poderão responder por tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas máximas somadas de até 30 anos de prisão.

Agentes da Polícia Federal em operação contra tráfico internacional de drogas no Porto do Pecém
Legenda: Cerca de 130 agentes federais participaram da ação
Foto: Divulgação/Polícia Federal

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