Provedores de internet são proibidos por criminosos de fazerem serviços em comunidade de Fortaleza

Uma das empresas afirmou que técnicos já foram ameaçados de morte. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e que um inquérito policial foi instaurado

Escrito por Redação ,
facção criminosa
Legenda: A fornecedora citada pelo morador informou que já tentou várias vezes enviar técnicos para a comunidade, porém pelas seguidas represálias de criminosos, decidiu encerrar os serviços no local.
Foto: foto: Natinho Rodrigues

Empresas fornecedoras de internet estão sendo impedidas de realizarem serviços no Residencial Cidade Jardim II, localizado no bairro José Walter, em Fortaleza. Um morador do local, que não quis se identificar, afirmou que o acesso aos provedores é impedido por criminosos. Um das prestadoras informou que técnicos já foram ameaçados de morte no local por membros de facções criminosas. 

De acordo com o morador,  a população local não consegue contratar um serviço de internet e, ao questionar uma das fornecedoras, a empresa afirmou que a insegurança no local impede o acesso de profissionais da fornecedora na região.

Em nota, a fornecedora citada pelo morador informou que já tentou várias vezes enviar técnicos para a comunidade, porém pelas seguidas represálias de criminosos, decidiu encerrar os serviços no local. "Nossas equipes eram sempre surpreendidas por membros de facções que dominam a localidade que exigiam que nossas equipes se retirassem do local".

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Legenda: A fornecedora citada pelo morador informou que já tentou várias vezes enviar técnicos para a comunidade, porém pelas seguidas represálias de criminosos, decidiu encerrar os serviços no local.

A empresa afirmou ainda que já houve a necessidade de equipes técnicas entrarem na comunidade com escolta policial. O provedor afirmou também que várias outras empresas decidiram não realizar mais serviços na região e que já tentou contatar as autoridades, porém não obteve sucesso. 

"O que esteve ao nosso alcance, nós fizemos. Nosso maior desejo é voltar com nossas atividades no local, mas, enquanto essa questão social não for resolvida por nossas autoridades, a empresa é categórica em informar que as atividades de suporte externo na localidade estão suspensas até segunda ordem da diretoria", esclareceu a empresa.

Combate a facções criminosas na região 

No início do último mês de outubro, uma operação foi realizada no Residencial Cidade Jardim II com o objetivo de coibir a atuação de grupos criminosos na região, informou a Secretaria. Participaram da ação, as Polícias Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). Conforme a delegada Socorro Portela, o foco era o combate a diversos crimes. 

"O intuito da operação é combater a criminalidade aqui dentro do Conjunto Cidade Jardim II. Nosso foco é evitar crimes como homicídios, roubos e outros tipos de delitos. Estamos agindo por todos, buscando ajudar todas as famílias que aqui residem".

Ainda em outubro deste ano, no dia 23, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) expediram uma Recomendação a Prefeitura de Fortaleza e ao Governo do Estado do Ceará para que haja um reforço na fiscalização nos empreendimentos habitacionais Cidade Jardim I e II.

"Conforme a Recomendação, há expressiva atuação de facção criminosa no Cidade Jardim I e II, que dificulta a atuação da polícia nos residenciais. Além disso, são noticiados aos órgãos do MP fatos relacionados à existência de construções irregulares, as quais são ordenadas e executadas por membros de organizações criminosas", informou o MPCE.

Investigação e denúncias 

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e que um inquérito policial foi instaurado. O Órgão afirmou ainda que as investigações para capturar o chefe criminoso da região estão em andamento.

A Pasta informou também que denúncias sobre o caso podem ser feitas por meio do número 181, o Disque Denúncia SSPDS, ou para o (85) 3101-2950, do 8° Distrito Policial (José Walter), repartição que investiga o caso.

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