Posto de combustíveis registra aglomeração, som alto e tiros na Avenida Pontes Vieira

Polícia Militar utilizou balas de borracha para dispersar multidão; moradores do entorno reclamam do ocorrido

Escrito por Redação ,

Moradores das imediações de um posto de combustíveis – localizado no cruzamento da avenida Pontes Vieira com a rua Osvaldo Cruz, compreendendo os bairros São João do Tauape e Dionísio Torres, na Capital – não tiveram paz na madrugada deste sábado (26).

Paredões de som e aglomeração aconteceram no estabelecimento até por volta de quatro horas da manhã, prejudicando o sono alheio e desrespeitando as normas de distanciamento social em virtude da pandemia do novo coronavírus.

A Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi acionada para atender a ocorrência e, com apoio da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e da Guarda Municipal, realizou a devida dispersão das pessoas envolvidas. Moradores do entorno contam que ouviram tiros no momento do ocorrido, alegando que a PM utilizou balas de borracha para debandar a multidão.

Em nota, a PMCE informa que, na ocasião, "foi mantido contato com o gerente do posto de gasolina onde acontecia a aglomeração e o som alto, que fechou a loja de conveniência". Após os fatos, segundo o órgão, a situação foi normalizada.

Residentes no entorno do posto, contudo, reclamaram da agitação. Há 17 anos morando em um dos prédios da localidade, um deles, que não quis se identificar, relatou que a situação do barulho na madrugada foi algo "estarrecedor".

"Liguei para o 190, mas a viatura demorou muito a chegar, na faixa de uns 50 minutos. Nessa hora, teve uma sequência que parecia tiro – não sei se era bala de borracha ou tiro pra cima. Deu para ver que todos corriam muito", relata.

"Ninguém aqui em casa conseguiu dormir, inclusive minha mãe, que tem 91 anos e sofre de Alzheimer. A cuidadora dela também não dormiu porque não dava. Nunca vi uma situação daquela, parecia realmente uma terra sem lei, literalmente", completa.

Outro morador, que também decidiu preservar a identidade, comenta a insatisfação de quem tentava descansar e não conseguiu. "Hoje, encontrei com algumas pessoas pela manhã dizendo que estão super revoltadas. Eu não sei como é que tem gente que se acha no direito de deixar centenas de pessoas sem o direito de dormir. Isso é um absurdo, uma coisa que não pode acontecer".

Providências

Proprietária do posto, Lina Pessoa explica que a situação de aglomeração e som alto não depende do estabelecimento, ressaltando, inclusive, que eles próprios, enquanto donos do espaço, também chegaram a ligar para a Polícia para dispersar a multidão.

"A gente cumpre com todas as regras que a Prefeitura pede, não deixamos entrar na loja mais de cinco pessoas, proibimos som alto, entre outras questões. Mas não temos o poder de mandar nas pessoas. Por isso, entramos em contato com a Polícia para ela nos ajudar, nos resguardar", diz.

"Hoje mesmo vai chegar uma faixa com quatro metros de tamanho, onde estará escrito 'Proibido som automotivo' com a lei embaixo, que é pra ver se a gente consegue inibir quem coloca o paredão de som", completa.

A PMCE ratifica que, caso haja aglomeração de pessoas e/ou paredões de som que causem perturbação do sossego alheio, o órgão pode ser acionado por meio do telefone 190. O sigilo e anonimato do denunciante são garantidos.

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