Mulher é baleada após perseguição policial; vítima conta versão diferente da Polícia

Fabiana Feijó foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), onde recebeu os primeiros socorros e, logo após, alta médica

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 16:58, em 04 de Março de 2018)

Uma mulher foi baleada, na noite da última sexta-feira (2), no bairro Vila Peri, Área Integrada de Segurança (AIS) 5, após uma equipe da Polícia Militar (PM) tentar parar seu veículo. Os policiais foram informados de um suposto roubo nas proximidades da região e, ao chegarem no local indicado, se depararam com um carro que estava em alta velocidade. Ao receber ordem de parada, segundo a Polícia, a condutora desobedeceu o pedido dos militares.

De acordo com a PM, na tentativa de parar o veículo, os policiais dispararam em direção ao pneu. Ainda segundo a Pasta, depois da ocorrência, o automóvel foi encontrado na Rua Nereu Ramos. A mulher estava próxima ao veículo e apresentava ferimentos no ombro e na mão. O órgão informa, ainda, que ela socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), onde recebeu os primeiros socorros e, logo após, alta médica. 

Vítima conta outra versão

Ao Diário do Nordeste, a mulher, identificada como Fabiana Carneiro Feijó, 45, relatou que havia saído com a família para jantar. Como o seu veículo não comportava todos os familiares, ela fez quatro viagens para para levá-los ao restaurante e trazê-los de volta para casa, tendo passado algumas vezes em frente aos militares, o que, segundo ela, pode ter gerado uma suspeita. 

Fabiana Feijó afirma que não recebeu ordem de parar o veículo, e que os policiais atiraram sem ter lhe dado a chance de se identificar. “Eu baixei o vidro e disse que era uma pessoa de bem, mas eles continuaram atirando. Eles botaram para matar”, relatou a funcionária pública, que diz ter fugido na tentativa de se livrar dos tiros.

No momento da perseguição, o filho da diretora de escola municipal, de 12 anos de idade, também estava no carro. Segundo ela, o adolescente não foi atingido, pois se abaixou. “Ele foi muito inteligente”, relembra.

Sobre os disparos que sofreu, a vítima diz que um deles entrou no ombro direito e saiu no esquerdo, passou no tecido adiposo rente à coluna vertebral. “'Ou me matavam ou me deixavam tetraplégica pra sempre'', comenta.

Ainda segundo Fabiana, as equipes policiais não estão recebendo as devidas instruções para realizar as abordagens. “Está faltando preparo. Eles estão promovendo a violência'', manifesta.

A reportagem tentou entrar em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar para ter um retorno sobre a versão de Fabiana Feijó, entretanto até a publicação desta matéria as ligações não foram atendidas.

Nota

Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) informa que encaminhou a ocorrência para apuração no campo administrativo disciplinar. O órgão declara, também, que solicitou o encaminhamento do inquérito policial do 11° Distrito Policial que investiga o caso para Delegacia de Assuntos Internos (DAI).